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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - As empresas registradas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) contrataram mais 1,8 milhão de pessoas em 2008, mas o número poderia ter sido maior se a crise econômica internacional não tivesse atingido o país no final daquele ano.
A avaliação é de Denise Freire, gerente de Planejamento e Análise do Cadastro Central de Empresas 2008 divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem de 2006 para 2007, o mapeamento do IBGE mostrou um aumento de 2,6 milhões de pessoas assalariadas. Denise observa que o resultado de 2008 não pode ser desprezado, porque não houve queda nos números, mas sim um crescimento menor diante dos vários fatores que passaram a ter maior influência no país.
"O que se observa é um crescimento menor do número de pessoas ocupadas e que as perdas ocorreram principalmente nas atividades industriais, como mostram outras pesquisas realizadas pelo próprio instituto. O resultado é que o saldo foi menor, mas não chegamos a perder contingentes de trabalhadores", explicou.
O estudo revela, ainda, que, com base na análise de 20 atividades econômicas empregadoras, as que mais empregaram assalariados em 2008 foram o comércio varejista (18,4%), a fabricação de produtos alimentícios (5,3%), o transporte terrestre (4,7%), o comércio por atacado (4,7%) e a alimentação (4%). Em termos salariais, os destaques foram atividades de serviços financeiras (9,6 salários mínimos), a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,4 salários mínimos) e a fabricação de máquinas e equipamentos (4,9 salários mínimos).
Para o economista Sílvio Sales, da Fundação Getulio Vargas, o movimento de contratações em 2008, liderado pelo comércio, está em linha com a manutenção da demanda interna no ano que ficou marcado pelos primeiros efeitos da crise mundial.
"A atividade econômica, segundo os dados do PIB [Produto Interno Bruto] trimestral, passou a apresentar queda já no último trimestre de 2008, mas a demanda doméstica impediu uma redução mais acentuada, mesmo ao longo de 2009, quando a economia apresentou queda próxima de zero", disse.