BC: sua previsão para o PIB no segundo trimestre é de -0,5% (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2014 às 11h12.
São Paulo - O pequeno alívio com a atividade econômica em maio, com o IBC-Br um pouco melhor que o esperado, com queda de 0,17%, pode ser apenas a calmaria antes da tempestade. Vagner Alves, economista da gestora Franklin Templeton, diz que o IBC-Br de junho deve ser muito fraco e pode indicar uma recessão já no segundo trimestre deste ano.
"A média móvel de seis meses ou menos a variação anual do IBC-Br mostram claramente uma desaceleração da economia. Além da indústria muita fraca em junho e bem estocada, o varejo ampliado também deve ter um desempenho ruim, em função das vendas de automóveis e materiais de construção", afirma Alves.
Ele explica que sua previsão para o PIB calculado pelo IBGE no segundo trimestre é de -0,5%. Se essa leitura se confirmar, o simples ajuste sazonal utilizado pelo instituto faria com que a leitura do primeiro trimestre, de crescimento de 0,2%, passasse para uma contração de 0,2%. Assim, seriam dois trimestres consecutivos de queda, o que caracteriza tecnicamente uma recessão.
Segundo o economista, o carregamento estatística do segundo trimestre será muito importante para o restante do ano. "Eu vejo um PIB do terceiro trimestre levemente positivo e um desempenho um pouco melhor no quarto trimestre. Mesmo assim, se a queda de 0,5% se confirmar no segundo trimestre, o crescimento este ano ficaria entre 0,5% e 0,7%", explica.
O representante da Templeton sabe que suas projeções estão pessimistas. Ele ressalva que, caso o desempenho do segundo trimestre seja um pouco melhor, próximo de zero, a chance de expansão de 1% do PIB este ano - mais em linha com o esperado pelo mercado - fica bem maior.