Informação é do Banco Central (Divulgação/Banco Central)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2012 às 11h27.
São Paulo - A economia brasileira iniciou o terceiro trimestre com um ritmo de crescimento um pouco mais forte do que o esperado pelo mercado, corroborando a expectativa de recuperação ao longo do segundo semestre após um início de ano fraco.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,42 por cento em julho frente a junho, de acordo com dados dessazonalizados, informou o BC nesta sexta-feira.
Levantamento da Reuters mostrou que o mercado esperava avanço de 0,30 por cento em julho, segundo a mediana de 12 previsões. As estimativas variaram entre 0,20 e 0,60 por cento.
"Com o resultado positivo de julho... o IBC-Br reforça nossa expectativa de que a atividade econômica avançará em ritmo mais forte ao longo do segundo semestre", afirmou o Bradesco em nota assinada pelo diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos, Octavio de Barros.
Barros destaca que, diante de indicadores referentes a julho e agosto que reforçam o processo de retomada gradual da economia doméstica em curso, a expansão do PIB no terceiro trimestre deverá ser superior ao que foi verificado entre abril e junho.
No segundo trimestre, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,4 por cento na comparação com os três primeiros meses do ano.
O IBC-Br, entretanto, mostrou uma leve desaceleração em relação a junho, quando o índice avançou 0,61 por cento segundo números revisados. Anteriormente o BC havia divulgado alta de 0,75 por cento em junho.
A alta no segundo trimestre em relação ao primeiro também foi ligeiramente revisada para 0,39 por cento, ante 0,38 por cento divulgado anteriormente.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br subiu 1,56 por cento e em 12 meses acumula alta de 0,97 por cento, de acordo com dados dessazonalizados.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia --serviços, indústria e agropecuária.
Indústria x Varejo
Na quinta-feira, o governo reduziu a previsão de crescimento do PIB neste ano para 2 por cento, ainda acima da estimativa do mercado de 1,62 por cento. Depois de iniciar o ano projetando expansão de 4,5 por cento, o governo já havia reduzido a previsão para 3 por cento.
A indústria é considerada o principal entrave para uma recuperação mais robusta, mas o setor de varejo continuou mostrando em julho que ainda é o principal motor da economia brasileira.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou na quinta-feira que as vendas no varejo tiveram alta de 1,4 por cento em julho ante junho, no segundo resultado positivo seguido, e registraram elevação de 7,1 por cento em relação a igual mês de 2011.
Por sua vez, a produção industrial brasileira subiu 0,3 por cento em julho e 0,2 por cento em junho.
"O resultado já era esperado uma vez que a indústria , que já mostra sinais de retomada de crescimento desde junho, manteve um bom ritmo de produção no mês conseguinte, enquanto o varejo ... também colaborou em julho", destacou o Santander em nota.
Diante da dificuldade da economia em deslanchar, o governo vem adotando uma série de medidas. As mais recentes incluem a redução dos encargos na folha de pagamento para mais 25 setores e vantagens fiscais para a compra de bens de capital no mercado interno.