Economia

Vendas internas de aço devem cair 8,9% em 2014, diz IABr

O IABr estima que o consumo aparente de aço deverá ficar em 24,741 milhões de toneladas, queda de 6,4% ante 2013


	Aço: IABr estima que consumo aparente de aço deverá ficar em 24,741 milhões de toneladas
 (Timothy Fadek/Bloomberg)

Aço: IABr estima que consumo aparente de aço deverá ficar em 24,741 milhões de toneladas (Timothy Fadek/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 15h21.

Rio - A produção de aço bruto no Brasil deverá subir 0,1% neste ano em relação a 2013, para 34,206 milhões de toneladas, de acordo com expectativa divulgada nesta quarta-feira, 26, pelo Instituto Aço Brasil (IABr).

Em estimativa divulgada em agosto, a entidade aguardava redução de 2,5% ante 2013.

As vendas internas, por sua vez, deverão atingir 20,769 milhões de toneladas, recuo de 8,9% na comparação anual.

O IABr estima que o consumo aparente de aço deverá ficar em 24,741 milhões de toneladas, queda de 6,4% ante 2013.

As exportações deverão somar 9,755 milhões de toneladas neste ano, crescimento de 20,6%. Já as importações devem subir 9,7%, para 4,064 milhões de toneladas, na mesma base de comparação.

O aumento das exportações projetado para o ano, segundo o IABr, deverá ocorrer não por melhora do mercado internacional, mas por conta do religamento do alto forno número 3 da ArcelorMittal Tubarão, em julho passado.

Para 2015, o IABr espera, "num processo ainda modesto de recuperação", aumento de 4,0% nas vendas internas, para 21,6 milhões de toneladas.

Ainda assim, o montante representará perda de 5,6% em relação a 2013.

O consumo aparente também deve aumentar em 2015, para 25,2 milhões de toneladas.

O volume deve ser 2,0% maior do que neste ano, mas manterá perda de 4,7% em relação a 2013.

Capacidade instalada

Além do excedente de oferta de aço no mundo, a falta de competitividade da indústria brasileira tem contribuído negativamente para a atividade do setor, afirmou o presidente-executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.

"O resultado é que, em vez de estar operando com 80% da capacidade, estamos com média de 69% da capacidade instalada, obviamente trazendo reflexos bastante ruins para a indústria", afirmou.

Segundo Lopes, não só a siderurgia, mas a indústria de transformação como um todo tem enfrentado obstáculos.

"A razão disso é a chamada perda de competitividade sistêmica, ou seja, fatores externos ao controle das empresas, que retiram do aço e de toda a cadeia a capacidade de competir com o mercado", disse o executivo.

O câmbio foi mencionado como um dos principais vilões da competitividade.

Caso não haja mudanças ou correções de assimetrias no mercado e o ritmo de vendas e produção se mantenha nos próximos anos, o IABr estima que, em 2023, 53% do consumo de aço brasileiro virá de importações.

"Se não fizermos nada, este país se transformará em importador de aço, com reflexo em geração de empregos e na indústria", afirmou o presidente do Conselho Diretor do IABr, Benjamin Mário Baptista Filho.

Segundo ele, cada emprego gerado na siderurgia é responsável por outros 23 postos de trabalho abertos na cadeia produtiva.

Acompanhe tudo sobre:acoVendas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto