Economia

IABr espera alta de 4% em vendas de aço no Brasil em 2015

Instituto Aço Brasil espera alta nas vendas da liga no mercado interno para 21,59 milhões de toneladas


	Funcionário da ArcelorMittal Brasil trabalhando em uma siderúrgica da companhia em Serra, no Espírito Santo
 (Rich Press/Bloomberg)

Funcionário da ArcelorMittal Brasil trabalhando em uma siderúrgica da companhia em Serra, no Espírito Santo (Rich Press/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 17h35.

Rio de Janeiro - O setor siderúrgico do Brasil espera alta de 4 por cento nas vendas de aço no mercado interno em 2015, em um desempenho que não será suficiente para recuperar a queda de quase 9 por cento esperada para 2014, informou nesta quarta-feira o Instituto Aço Brasil (IABr).

As siderúrgicas esperam vendas de aço no Brasil de 21,6 milhões de toneladas em 2015, após 20,8 milhões previstas para este ano.

"Estamos diante de um cenário muito difícil para 2015 e continua o processo de desindustrialização”, afirmou a jornalistas o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.

A entidade também informou que prevê crescimento de apenas 2 por cento no consumo aparente de aço no país no próximo ano, para 25,2 milhões de toneladas, após queda esperada de 6,4 por cento em 2014.

"Os números refletem impacto de problemas sistêmicos no país como a alta carga tributária, cumulatividade de impostos, custo da energia elétrica e câmbio valorizado, fatores que vem afetando os principais setores consumidores de aço", disse o IABr em comunicado à imprensa.

Diante das fracas expectativas para as vendas e consumo aparente, a previsão da entidade para a produção de aço bruto no Brasil em 2014 é de estagnação: queda de 0,1 por cento, a 34,2 milhões de toneladas.

Até outubro, o setor acumulava queda de 0,7 por cento sobre o volume produzido no mesmo período de 2013. A entidade não fez previsões para a produção em 2015 em razão das dificuldades antecipadas para a economia e para o setor.

"Há sinalização positiva de que há uma equipe econômica formal (...) e de que se abra um diálogo importante em torno da competitividade", disse Lopes.

Além de medidas macroeconômicas para melhorar o rumo do país, o IABr defendeu medidas especificas para auxiliar o crescimento do setor nos próximos anos. Alguns canais de negociação com o governo federal já foram abertos esse ano por meio da CNI.

Em 2014, a aprovação do Reintegra foi considerada uma vitória do segmento que cobra uma maior defesa comercial por parte do governo federal e uma maior fiscalização das metas de conteúdo local adotados pela Petrobras.

"É preciso ter conteúdo nacional; o que a Petrobras diz não é o que setor vive", afirmou o presidente do IABr.

A crise na Petrobras se tornou mais um elemento de risco para o mercado siderúrgico em 2015, segundo executivos do IABr. A Petrobras enfrenta uma série de denúncias envolvendo ex-diretores e empreiteiras que teriam um esquema de corrupção dentro da estatal.

"Se os investimentos pararem é claro que tem reflexo", disse o presidente da ArcelorMittal Brasil e presidente do IABr, Benjamin Baptista Filho. "Petrobras não é preocupação do setor de aço e sim do Brasil; tem que ser apurado e investigado; o país não pode parar", acrescentou Lopes.

Texto atualizado às 18h34min do mesmo dia.

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