Wang Jianlin: "O principal mercado de crescimento para os filmes de língua inglesa fora dos Estados Unidos é, atualmente, a China, e não há outro" (Thomas Peter/Reuters)
AFP
Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 21h31.
Última atualização em 19 de janeiro de 2017 às 09h13.
O homem mais rico da China, Wang Jianlin, ativo principalmente no cinema, solicitou a Donald Trump, nesta quarta-feira (18), que não arruíne a indústria do entretenimento por uma guerra comercial.
A China e seus milhões de espectadores são o futuro do mundo do cinema, disse Wang durante uma sessão do Fórum Econômico Mundial, em Davos.
O bilionário chinês compartilha as preocupações de inúmeros empresários internacionais - presentes em Davos nesta semana - da tendência protecionista do presidente americano eleito, que tomará posse na sexta-feira (20).
Wang dirige, principalmente através de seu conglomerado Wanda, uma cadeia de cinemas nos Estados Unidos e uma produtora em Hollywood.
"O principal mercado de crescimento para os filmes de língua inglesa fora dos Estados Unidos é, atualmente, a China, e não há outro", recordou.
Wang acrescentou que seu país tem o maior número de salas de cinema do mundo. Quinze mil delas abriram no ano passado.
O presidente chinês, Xi Jinping, lançou um apelo em Davos a favor de uma economia globalizada.
Wang indicou no mês passado que o emprego de 20 mil pessoas que trabalham na Wanda nos Estados Unidos estaria em jogo se a administração Trump atacasse os investimentos chineses.
O magnata de 62 anos comprou a cadeia de cinemas AMC em 2012 por US$ 2,6 bilhões e a empresa Legendary Entertainment, que produziu a trilogia de Batman, por US$ 3,5 bilhões no ano passado.
Segundo Wang, que também controla 20% do time espanhol Atlético de Madrid, os Estados Unidos sairiam ganhando com uma cooperação mais próxima com o setor chinês do cinema.