Muitos analistas acreditam que o governo Hollande terá pouca escolha a não ser fazer mais cortes de gastos se quiser chegar à meta (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 12h13.
Paris - A França pretende trazer seu déficit orçamentário de volta para os limites da União Europeia no próximo ano, disse o presidente do país, François Hollande, apesar de novas evidências de que a economia está perto da estagnação.
Muitos analistas acreditam que o governo Hollande terá pouca escolha a não ser fazer mais cortes de gastos se quiser chegar à meta de 3 por cento do Produto Interno Bruto, mas uma importante autoridade da UE afirmou não considerar essencial apertar mais o cinto.
Hollande disse que o alvo de 3 por cento para o déficit orçamentário de 2013 permanece em vigor, apesar do que seria um "ano difícil" para a economia.
"Não há recessão, não na França", disse ele à rádio Europe 1. "Mas vai ser difícil porque quando temos um crescimento próximo de zero no primeiro semestre do ano, o desemprego vai continuar subindo." O escritório de estatísticas francês INSEE estimou na quinta-feira que a economia terá crescimento de apenas 0,1 por cento este ano, abaixo da previsão do governo de 0,3 por cento e da taxa de 1,7 por cento em 2011.
Mais preocupante ainda, o INSEE afirmou que o cenário iria melhorar apenas marginalmente em 2013, estimando um crescimento de 0,1 por cento tanto no primeiro quanto no segundo trimestre.
Muitos economistas dizem que o governo Hollande terá pouca escolha a não ser fazer cortes orçamentais dolorosos para atingir a meta, dado que o crescimento se mostra teimosamente fraco.
Mas o Comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, disse que a França já tinha um orçamento crível e mais cortes não pareciam necessários.
"Medidas adicionais de poupança não são essenciais", afirmou Rehn em entrevista ao jornal Le Monde desta sexta-feira. "Quando você tem uma estratégia orçamentária crível no médio prazo, incluindo em reformas, você pode ter um ajuste mais suave."