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Da Redação
Publicado em 28 de março de 2013 às 18h11.
Paris - O presidente da França, François Hollande, declarou nesta quinta-feira que, embora não se tenha previsto que a crise fosse durar "muito mais tempo", a manutenção das políticas de austeridade condena a Europa "à explosão".
"Os países europeus devem ser rigorosos, a França em primeiro lugar, mas não austeros. Isso condena a Europa à explosão, não só à recessão", afirmou em entrevista concedida à principal emissora pública de seu país, a "France 2".
Em sua quarta entrevista deste tipo desde que chegou ao cargo em maio do ano passado, e em um momento em que sua popularidade está baixa, admitiu que quando se apresentou às eleições conhecia a situação e não a subestimou, mas destacou que então não se sabia que a crise "ia durar ainda muito mais que o previsto".
Em linha com suas ideias, ressaltou que não pensava em promover "uma política que conduza a Europa à austeridade" e defendeu que o objetivo de reduzir o déficit a 3% do PIB seja cumprido em 2014 e não em 2013.
Para Hollande, que disse manter com a Alemanha "uma tensão amistosa", prolongar a austeridade em nível europeu ajuda não só "o risco de não conseguir reduzir os déficit", mas também "a certeza de ter governos impopulares".
"(A chanceler alemã Angela) Merkel não tem minhas mesmas ideias, mas nós dois temos a obrigação de fazer a Europa avançar", acrescentou o presidente, partidário também de acelerar os procedimentos em nível europeu.
Hollande, que disse estar cansado de perder o tempo, convidou a "ir mais rápido", inclusive na solução de problemas como o Chipre, mas assegurou que não está sozinho, mas respaldado nessa mesma postura por "muitos governos conservadores".