Sede do FMI: relatório procura enfatizar que mais recentemente o Brasil vem buscando balancear os segmentos que puxam a economia, antes dominada pelo crescimento do consumo (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2013 às 19h48.
Washington - O crescimento do investimento e o reequilíbrio dos motores que movem a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não é um fenômeno recente como argumenta o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório anual sobre a economia brasileira divulgado nesta quarta-feira, 23, de acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland.
O Brasil tem dado atenção ao investimento desde 2006 e 2007, quando o governo passou a priorizar o setor de infraestrutura, diz Holland. "O que acontece agora é a ampliação desses investimentos, com o programa de concessões. Não é uma preocupação recente. Já estamos conduzindo essa agenda há um pouco mais de tempo", disse a jornalistas na sede da entidade na capital norte-americana.
Para Holland, no relatório, o FMI procura enfatizar que mais recentemente o Brasil vem buscando balancear os segmentos que puxam a economia, antes dominada pelo crescimento do consumo. O secretário disse que, nos últimos dez anos, o investimento aumentou a uma taxa anual de 5,7% e a economia cresceu a uma média de 3,6%, enquanto o consumo teve expansão de 4,3% ao ano. "Nos últimos dez anos, o investimento já estava crescendo acima da taxa média de expansão da economia brasileira. Portanto esse rebalanceamento de um modelo baseado em consumo para outro baseado em investimento já estava acontecendo há algum tempo."
Holland frisou ainda que, por conta de programas do governo para redução dos custos financeiros e tributário associados os investimentos, tem havido uma queda do preço do investimento em relação a média de preços da economia. Ou seja, os bens de capital ficaram mais baratos. Com isso, para aumentar a participação do investimento no Produto Interno Bruto (PIB), o aporte precisa crescer ainda mais.