Economia

Hagel propõe cortes no orçamento da Defesa para 2015

O objetivo é reduzir a dependência de um Exército que tem um grande número de soldados e investir em forças especiais mais ágeis e em guerreiros cibernéticos


	Chuck Hagel: secretário fez propostas durante discurso no Pentágono, uma semana antes de Barack Obama apresentar projeto de orçamento para 2015 ao Congresso
 (REUTERS/Kevin Lamarque)

Chuck Hagel: secretário fez propostas durante discurso no Pentágono, uma semana antes de Barack Obama apresentar projeto de orçamento para 2015 ao Congresso (REUTERS/Kevin Lamarque)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 17h53.

Washington - O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, propôs nesta segunda-feira uma redução do número de soldados nas Forças Armadas, o fechamento de bases militares e outras medidas para reduzir os custos militares, como parte da ampla reformulação de prioridades.

O projeto pretende desviar a atenção dos militares da longa guerra no Afeganistão e fazer com que se concentrem nas crescentes ameaças cibernéticas que vêm da China e nos crescente desafios representados por grupos aliados à Al-Qaeda na África.

O objetivo é reduzir a dependência de um Exército que tem um grande número de soldados e investir em forças especiais mais ágeis e em guerreiros cibernéticos. Hagel também propôs cortes na construção de uma nova classe de navios para a Marinha.

O secretário fez as propostas durante um discurso no Pentágono, uma semana antes de o presidente Barack Obama apresentar o projeto de orçamento para 2015 ao Congresso. Ele disse que as Forças Armadas devem se ajustar à realidade de orçamentos menores, embora os Estados Unidos enfrentem um mundo mais volátil e imprevisível que exige um Exército mais ágil.

O chefe do Pentágono sugere as injeção de mais recursos em alterações que, segundo autoridades da Defesa, tornarão as Forças Armadas mais adaptáveis e inovadoras, o que as deixará mais prontas para responder a ameaças que mudam o tempo todo.

Haegl quer reduzir o tamanho da força militar na ativa em 13% e as forças de reserva em 5%.

Por outro lado, quer elevar o número de integrantes das Forças Especiais em quase 6% com o acréscimo de cerca de 3 mil homens para o tipo de grupo como os que mataram Osama bin Laden no Paquistão, resgataram um trabalhador humanitário norte-americano na Somália e libertaram marinheiros capturados por piratas na costa leste africana.


De acordo com o plano, que pode ser alterado pelo Congresso, o número de militares na ativa no Exército deve ser reduzido dos atuais 522 mil para algo entre 440 mil e 450 mil. Esse número será o menor desde antes de os Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial.

Hagel disse que a proposta orçamentária de Obama vai incluir uma iniciativa governamental de "Oportunidade, Crescimento e Segurança" que vai garantir ao Pentágono US$ 26 bilhões, além dos US$ 496 bilhões de deve receber em 2015 de acordo com o acordo orçamentário aprovado no Congresso dois meses atrás.

Outra medidas do projeto de Hagel incluem a eliminação da frota de A-10 da Força Aérea, assim como os aviões espiões U-2 e reduções no tamanho da Guarda Nacional. Essas propostas devem atrair a oposição de alguns setores do Congresso.

Hagel disse que o governo vai propor uma nova rodada de fechamento de bases militares em território norte-americano em 2017, embora o Congresso tenha rejeitado esse tipo de pedido nos últimos anos.

A última vez que o número de militares do Exército na ativa esteve numa marca abaixo dos 500 mil foi em 2005, quando chegaram a 492 mil. No pós-guerra, o número mais baixo foi 480 mil, em 2001, segundo informações divulgadas pelo Exército nesta segunda-feira.

Em 1940, o Exército norte-americano tinha 267 mil militares na ativa, número que subiu para 1,460 milhão no ano seguinte quando os Estado Unidos se preparavam para entrar na Segunda Guerra Mundial. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)ExércitoOrçamento federalPaíses ricos

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo