Fernando Haddad: em evento no Rio, ministro da Fazenda ugere uso responsável do novo consignado (Dney Justino / Audiovisual / PR)
Agência de notícias
Publicado em 15 de abril de 2025 às 16h15.
Em visita ao Rio nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o novo crédito consignado para trabalhadores CLT como um dos dois "instrumentos" lançados pelo governo Lula, junto à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, para fazer a economia girar.
Diante de uma plateia de operários que trabalham na obra de ampliação da Serra das Araras em Paracambi (RJ), na Baixada Fluminense, Haddad afirmou que o consignado deve ser usado com responsabilidade, e que pode ser útil para trocar uma dívida "mais cara (...) às vezes com outro banco, às vezes com agiota" por um empréstimo com taxas menores.
-- Se você escolher bem o banco de onde vai tomar o dinheiro, isso é importante. Não é para sair tomando dívida sem ter ideia do que fazer com esse dinheiro. Às vezes, os empréstimos têm juro muito alto, e é possível trocar por juro menor. Às vezes a dívida é com outro banco, às vezes é com agiota. Agora você pode ir para o consignado e trocar dívida muito cara por uma bem mais barata. Se prestar atenção na taxa de juros, você pode pagar metade do juro que está pagando hoje -- discursou Haddad.
O ministro afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "jogando em várias frentes" na área econômica. Ele citou também o projeto que aumenta para R$ 5 mil mensais a faixa de isenção no Imposto de Renda, e destacou que aqueles com remuneração de R$ 5 mil a R$ 7 mil "vão pagar menos" imposto do que atualmente.
Embora não esteja submetido a um teto fixo de juros, o consignado CLT é considerado uma modalidade atrativa, por ser garantida com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Com isso, as taxas de juros tendem a ser inferiores do que as cobradas por empréstimos de instituições financeiras em outras modalidades.
A agiotagem, por sua vez, é uma prática ilegal, que consiste em conceder empréstimos mediante juros abusivos, fora da regulamentação do Banco Central, e que costumam ultrapassar o valor inicial da dívida depois de um curto período.