Haddad: o petista propõe a isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda até cinco salários mínimos (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 11 de outubro de 2018 às 15h38.
O presidenciável do PT, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que, caso eleito, encaminhará já no primeiro mês de governo as reformas tributária e bancária ao Congresso.
"Vão ser duas reformas que no primeiro mês do nosso governo vamos encaminhar ao Congresso Nacional e queremos aprovar no primeiro semestre do ano que vem", disse Haddad em entrevista a rádios do Nordeste.
Entre outros pontos, o candidato propõe a isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda até cinco salários mínimos e um aumento da alíquota para ricos. O PT defende também uma tributação direta sobre lucros e dividendos.
Haddad também deseja que o setor bancário seja reformado, sugerindo a implementação de uma tributação progressiva sobre bancos, com alíquotas menores para os que oferecerem crédito mais barato.
Durante a entrevista, o candidato também disse que o caminho para propor a reforma da Previdência é através do diálogo com os servidores, e não através da reforma submetida pelo presidente Michel Temer.
"Temos que fazer o que fizemos em 2003 e 2012. Sentamos com servidores e dialogamos com servidores para repactuar a Previdência para que todo mundo possa receber o seu direito, mas de forma sustentável", disse Haddad, citando reformas dos governos dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
O presidenciável anunciou também que pretende utilizar 10 por cento das reservas internacionais para promover a energia eólica e solar no Nordeste, gerando energia a custo baixo.
Ao ser questionado se ampliará o programa Minha Casa Minha Vida caso eleito, o ex-ministro prometeu que, até o fim de seu governo, 2 milhões de unidades terão sido entregues e disse que usará terrenos da União para isso.
"Minha Casa Minha Vida terá 2 milhões de novas unidades nos próximos quatro anos, promessa. Mas com uma pequena diferença, vamos construir casas mais próximo da cidade, aonde tem infraestrutura e para isso, vamos usar os terrenos da União disponíveis em todas as capitais brasileiras e nas cidades de médio porte", afirmou.
Visando garantir o apoio dos eleitores do Nordeste, tradicional reduto do PT e onde teve seu melhor desempenho no primeiro turno, Haddad fez elogios a gestões do partido e aliados em Estados e capitais da região.
"Nosso plano de desenvolvimento do Nordeste deu certo", disse ele, citando a reeleição de Wellington Dias (Piauí), Rui Costa (Bahia), Paulo Câmara (Pernambuco) e Camilo Santana (Ceará). O único não petista citado, Câmara, fez aliança com o PT nesta eleição.
"O trabalho que nós fizemos no governo Lula deu frutos e estamos colhendo frutos até hoje apesar do governo Temer", afirmou ele.
Haddad disse que todos os Estados do Nordeste têm algo a ensinar do ponto de vista de políticas públicas, acrescentando que incorporou alguns desses ensinamentos ao seu plano de governo.
O candidato encerrou a entrevista agradecendo pelos votos recebido na região no primeiro turno, mas pediu que o eleitor nordestino amplie a base de apoio do PT, convencendo amigos e parentes a "votar no 13 porque o Nordeste vai voltar a ser feliz de novo".