Economia

Haddad e Dario Durigan chegam à residência oficial de Lira para discutir subvenções do ICMS

A mudança nas subvenções do ICMS faz parte do pacote de medidas lançado por Haddad para aumentar a arrecadação federal e, com isso, tentar zerar o déficit das contas públicas em 2024

A reunião também conta com a participação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan (Eduardo Frazão/Exame)

A reunião também conta com a participação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan (Eduardo Frazão/Exame)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 8 de novembro de 2023 às 11h08.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou na manhã desta quarta-feira, 8, à residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O chefe da equipe econômica vai tentar convencer os líderes partidários da Casa a apoiarem a proposta que limita o uso das subvenções do ICMS pelas empresas para reduzir a base de cálculo do pagamento dos impostos federais.

A reunião também conta com a participação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan.

A mudança nas subvenções do ICMS faz parte do pacote de medidas lançado por Haddad para aumentar a arrecadação federal e, com isso, tentar zerar o déficit das contas públicas em 2024. O cumprimento da meta fiscal, contudo, enfrenta o ceticismo do mercado financeiro e de alas do Congresso e, recentemente, foi posta em dúvida pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Lira tem dito que ainda não há acordo sobre o mérito da proposta enviada pelo ministro da Fazenda.

 

Importância da medida

Em reunião na semana passada com Lula e Haddad, no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara afirmou que o chefe da equipe econômica precisa convencer os líderes partidários da importância da medida.

A proposta regulamenta uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proíbe as empresas de usarem as subvenções estaduais do ICMS para reduzir a base de cálculo do pagamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) quando os recursos forem usados para custeio, e não para investimento. Empresas que se beneficiam dessa brecha na lei, principalmente no Nordeste e no Norte, mas também em outras regiões, têm pressionado os deputados a não aprovarem o texto.

Haddad pediu a Lira que coloque a proposta em votação por meio de Medida Provisória, e não do projeto de lei que foi enviado pelo governo para substituir a MP. A forma de tramitação faz diferença, nesse caso, porque, quando um projeto de lei é aprovado, é preciso esperar a chamada "noventena" para que os efeitos da nova legislação passem a valer. Nesse cenário, a estimativa de arrecadação cairia de R$ 35,3 bilhões com a MP para R$ 26,3 bilhões no PL.

O governo enviou o PL para substituir a MP devido ao impasse entre Câmara e Senado sobre o rito de tramitação das medidas provisórias. O imbróglio surgiu no começo do ano e até o momento não foi resolvido.

O presidente da Câmara tem dito, contudo, que "tanto faz" neste momento discutir se a votação ocorrerá por MP ou por PL. O importante, de acordo com Lira, é convencer os líderes do mérito da proposta, o que ainda não aconteceu.

Acompanhe tudo sobre:ICMSFernando Haddad

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto