Fernando Haddad, Brazil's finance minister, during an interview in Brasilia, Brazil, on Tuesday, April 4, 2023. Brazils economic team has mapped out 300 billion reais ($59 billion) in revenue-boosting measures to help sustain its new plan to shore up public finances without raising taxes, according to Haddad. Photographer: Andressa Anholete/Bloomberg via Getty Images (Andressa Anholete/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 26 de maio de 2023 às 17h17.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira que o programa lançado pelo governo federal para reduzir o preços dos carros no país é apenas "tópico" e para poucos meses.
"É um projeto curto no tempo para acomodar essa transição de crédito caro e pátios cheios. Não é um programa de longo prazo, é tópico, para alguns meses neste ano. Estamos discutindo quantos meses ele vai durar. As contas serão feitas até domingo", disse o ministro.
Questionado se o valor do programa chegaria a R$ 8 bilhões, ele disse que não chegaria a "um quarto desse valor".
"Temos certeza de que vamos retomar o financiamento com o ciclo de queda dos juros. O programa não custará nem um quarto desses R$ 8 bilhões em isenções. Caiu a produção industrial brasileira em um espaço muito curto de tempo. Se o governo não tiver uma atenção nesse espaço de tempo, ficará difícil. Estou falando de um programa que vai durar 3 ou 4 meses, não é estrutural", afirmou o ministro.
Haddad concede entrevista à Globonews nesta sexta-feira. Sobre a aprovação do projeto que estabelece o novo marco fiscal do país, Haddad diz que o projeto está sendo bem recebido e que o governo está trabalhando para chegar à meta fiscal prometida no ano que vem.
"Se tomarmos todas as medidas, podemos pretender chegar ao resultado dentro da banda já no ano que vem. Se você não atingir o projeto dentro da banda, você tem limitações. O projeto tem sido muito bem recebido. Quer dizer que você consegue construir maioria quando tem um projeto que convence a maioria".
Uma das medidas para aumentar a arrecadação está prestes a cair no Congresso, que é a medida provisória que altera as decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). "Está faltando o Carf. É fundamental para o Brasil participar do clube dos países ricos. Com essa regra herdada do Bolosnaro não tem acordo na OCDE", afirmou.
O ministro comentou a indicação do seu secretário-executivo, Gabriel Galípolo, para a diretoria de política monetária do Banco Central. Segundo ele, o nome veio do próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto. "Quem mencionou o nome do Galípolo foi ele (Campos Neto) na Índia".
Ele defendeu a mudança na perseguição da meta de inflação para contínua, no lugar do ano calendário. "Eu não conheço país que adota a meta calendário. Dá impressão que dá para jogar para cima e para baixo. Você define a meta contínua e o Banco Central a persegue. Quando você define a contínua, dificilmente muda. Vejo essa meta contínua com muito bons olhos. Ela vem angariando simpatia, antes, dava pânico nas pessoas", disse.