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Haddad diz que governo precisa agir sobre ‘dinâmica do gasto’: ‘Não existe tabu para a área técnica’

Ministro diz em entrevista ao jornal 'Folha de S. Paulo' que tem conversado mais com Lula sobre o assunto e que o presidente está 'atento' ao tema

 (Andressa Anholete/Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 15 de outubro de 2024 às 09h40.

Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 09h45.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que “não existe tabu para a área técnica” nas discussões sobre os cortes de gastos do governo. Segundo Haddad, o tema é prioridade em debates com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Questionado em entrevista para a "Folha de S. Paulo", sobre como Lula enxerga possíveis mudanças nos gastos do governo, Haddad disse que o presidente está “atento” ao tema.

"Não existe tabu para a área técnica. Mas não posso antecipar a avaliação que ele está fazendo. Ele conhece o contexto e está atento. Está com isso na cabeça, Lula tem um plano de governo, tem um plano para o Brasil. Ele é comprometido com esse país", disse.

O aumento de gastos do governo pressiona o crescimento da dívida pública, que fechou o mês de junho em R$ 7,067 trilhões, um aumento de 2,25% em relação a maio, quando estava em R$ 6,912 trilhões. Os dados são do Tesouro Nacional.

Segundo Haddad, é preciso "tomar providências" para que os orçamentos dos próximos anos não aumentem ainda mais a dívida.

"O que a Faria Lima está apontando —na minha opinião, com algum exagero em relação ao preço dos ativos brasileiros — é que a dinâmica [dos gastos] para a frente é preocupante. Pode ter impacto na dívida. E o governo tem que tomar providências. A Fazenda está com isso na mesa, 100%", afirmou o ministro, que preferiu não detalhar possíveis mudanças nos gastos do governo.

Reforma do IR

Haddad ainda disse que é preciso resolver antes a questão da reestruturação das despesas do governo antes de uma possível reforma do Imposto de Renda (IR). Durante a campanha à presidência, Lula prometeu ampliar a isenção do pagamento do imposto para quem recebe até R$ 5 mil.

Segundo o ministro, o presidente ainda está avaliando possíveis cenários para a reforma.

"O papel da Fazenda é levar cenários e prós e contras para o presidente. "Esse cenário tem esse custo político". Vamos fazer a reforma da renda. Mas o modelo ainda não está definido", completou.

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