Haddad: "Nós estamos prevendo crescimento de 2,2%, mas alguns atores do mercado estão projetando cenário ainda mais benigno (Ton Molina/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de março de 2024 às 13h08.
Última atualização em 22 de março de 2024 às 13h35.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 22, que zerar o déficit primário neste ano dependerá da evolução da economia. Ressaltou, no entanto, que o governo está otimista em relação a como a atividade econômica deve se comportar em 2024.
"Nós estamos prevendo crescimento de 2,2%, mas alguns atores do mercado estão projetando cenário ainda mais benigno. Há economistas muito sérios falando em 2,5%. Isso ajuda na arrecadação, naturalmente", disse Haddad durante uma entrevista coletiva à imprensa na capital paulista.
E destacou: "No Caged de fevereiro, os números preliminares, que ainda não são divulgados, confirmam uma trajetória de aumento no emprego e na massa salarial, o que reforça a arrecadação da Previdência."
Haddad acrescentou que a aprovação de medidas enviadas pelo Planalto ao Congresso também influencia no resultado fiscal do país.
O ministro da Fazenda considerou "bom" o resultado das receitas e despesas do governo federal no primeiro bimestre, e acrescentou que o governo seguirá acompanhando os números ao longo do ano para ajustá-los de acordo.
"A cada bimestre a Receita vai fazendo a reavaliação do que pode entrar ao longo do ano, do risco de frustração, como foi o caso da receita de concessões, que foi revista para baixo. Vai reavaliando as outras receitas, as ordinárias, que no nosso entendimento já desde o ano passado poderiam estar subestimadas" disse Haddad.
E avaliou o ministro: "A área técnica da Receita é que faz estas estimativas. A minha impressão e a da equipe, por ocasião do envio do orçamento, era que talvez as receitas correntes estivessem um pouco subestimadas, e as extraordinárias superestimadas. Isso está se comprovando, mas elas estão se compensando relativamente bem."
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que a sinalização de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, pretende cortar os juros do país em 0,75 ponto percentual neste ano pode ajudar o Banco Central brasileiro a buscar uma taxa básica menor que a projetada atualmente. "Os preços estão se comportando conforme o projetado. Eu acredito que o cenário internacional esta semana teve evolução para melhor, com possibilidade de três cortes do Fed, o que pode ajudar o BC brasileiro no segundo semestre a buscar uma taxa Selic ainda menor que a projetada hoje", afirmou Haddad, durante uma entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 22, em São Paulo.
Ele disse esperar mais cortes na taxa básica brasileira ao longo dos próximos meses, e que a dúvida que paira no momento é sobre o nível da Selic ao fim do atual ciclo de redução da taxa básica.
"Mas até isso vem evoluindo, às vezes para menos, às vezes para mais. Nossas projeções de inflação continuam comportadas para o ano, dentro da banda, menor que a do ano passado", afirmou o ministro da Fazenda.