Haddad: ele acrescentou que mesmo a economia brasileira, grande em comparação aos pares da América Latina, é "relativizada" em negociações com países com economias como China e Estados Unidos (Washington Costa/MF/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 15h37.
Última atualização em 30 de janeiro de 2023 às 15h48.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 30, que o Brasil deveria atuar para fortalecer o Mercosul, de forma a melhorar a capacidade de negociação da região. Ele defendeu que é necessário integrar outros países ao bloco, a exemplo da Bolívia, e propôs que o grupo avance para uma zona de livre comércio entre seus membros.
"Quanto mais a gente adensar o bloco, maior vai ser nossa capacidade de negociar bons acordos comerciais com o mundo", disse Haddad, durante reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Ele acrescentou que mesmo a economia brasileira, grande em comparação aos pares da América Latina, é "relativizada" em negociações com países com economias como China e Estados Unidos.
Para o ministro, o acordo comercial com a China negociado pelo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, representa "o melhor dos mundos" para o país, que quer ficar no Mercosul e negociar um acordo de livre comércio por fora.
"Na minha opinião, é difícil de conciliar", afirmou Haddad, acrescentando que os países que negociam em bloco — como os membros da União Europeia — não parecem "arrependidos".
Antes, o ministro disse que projetos como o que visa levar o gás de xisto da região de Vaca Muerta, na Argentina, ao Brasil devem ser discutidos "sem dogmatismo".
Na semana passada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, citou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao falar nas possíveis alternativas para financiar o projeto, mas Haddad disse nesta segunda-feira que a construção do gasoduto pode não precisar de recursos públicos.