Haddad: ministro fala sobre a reforma administrativa (Washington Costa/MF/Flickr)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 18 de setembro de 2023 às 11h07.
Última atualização em 18 de setembro de 2023 às 11h08.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no domingo, 17, em entrevista ao Canal Livre, transmitido pela BandNews TV, que o governo aceitaria uma reforma administrativa nos "termos corretos" e que mudanças poderiam ocorrer rapidamente. Haddad disse que, em sua visão, a reforma poderia rever concursos públicos.
"Os concursos ainda são muito malfeitos, ainda selecionando de forma enviesada, não são os mais adequados", disse na entrevista. No inicio de setembro, o ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos anunciou a do Concurso Nacional Unificado, uma espécie de Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingresso no funcionalismo público. A ideia é centralizar e modernizar os concursos para recrutamento e seleção de servidores públicos federais para agilizar a contratação após a perda de 73 mil pessoas nos últimos seis anos.
Outro ponto que precisa ser aperfeiçoado, segundo o ministro, é o estágio probatório. Segundo Haddad, o período de 36 meses de avaliação do servidor nas funções do cargo para o qual foi nomeado não é levado a sério no Brasil. “Se a pessoa não tem vocação para o serviço público, elimina”, declarou.
Sobre a possibilidade do fim da estabilidade do servidor público, Haddad evitou se posicionar a favor ou contra a medida, prevista em uma provável reforma. “Se a gente selecionar bem, se a gente fizer um bom estágio probatório e se a gente fizer uma boa progressão de carreira, que efetivamente leve em conta o desempenho, você tem os ingredientes necessários para um bom serviço público”, afirmou.
Por fim, o ministro afirmou que a pauta da reforma é da ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e da Inovação. "Penso que ela vai falar cada vez mais do assunto, até porque é um assunto que está na ordem do dia. Ela tem um diagnóstico muito razoável do que precisa ser feito", completou.
Desde que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) defendeu a reforma administrativa, o assunto é discutido pelo governo. Após uma reunião para tratar do tema, Haddad já sinalizou que apoia projetos que vetam os supersalários e a que padroniza a realização de concursos públicos, mas evitou falar de uma reforma ampla. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o assunto não é prioridade no momento.