Jardim Paulistano é o bairro mais caro de São Paulo (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2011 às 09h45.
São Paulo - Há 300 anos, São Paulo não passava de um aglomerado de 210 casas de taipa em ruas de terra batida, com sete igrejas e quatro bicas d'água. Tinha mil habitantes: índios escravizados, portugueses recém-chegados e mamelucos filhos da terra. Em 11 de julho de 1711, o povoado do alto da serra pela primeira vez ganhou importância: não era mais uma vila. Amanhã, faz três séculos que São Paulo virou cidade.
No dia em que o então rei de Portugal, d. João V, assinou em Lisboa a ordem régia que oficializou a elevação, os vereadores paulistanos discutiam na Câmara a crise mais grave do seu tempo: faltava sal na cidade. O transporte ilegal de éguas pelo caminho do mar também preocupava. E as procissões religiosas estavam sendo comprometidas por "rapazes, carijós e negros", que atentavam contra a "compostura e decência".
Os vereadores discutiam assuntos corriqueiros quando descobriram, oito meses depois da elevação, que haviam recebido a honraria da Coroa. Em 2 de fevereiro de 1712, São Paulo foi chamada de "cidade" pela primeira vez. Sem pompa nenhuma: foi em uma ata de 12 linhas da Câmara que justificava - ora vejam - a ausência de um vereador. Na prática, a elevação permitia que a cidade pudesse servir de residência para o governador e capitão-mor da capitania de São Paulo e Minas do Ouro e que ganhasse um bispo. Como vila, isso não seria possível. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.