Gustavo Montezano: graduado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia e mestre em Finanças pelo Ibmec, ele tem 17 anos de carreira no mercado financeiro (Ministério da Economia/Divulgação)
Ligia Tuon
Publicado em 17 de junho de 2019 às 18h31.
Última atualização em 17 de junho de 2019 às 22h08.
São Paulo - Gustavo Montezano é a escolha do governo para substituir Joaquim Levy na presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Levy pediu demissão no domingo, 16, após desavença com o presidente Jair Bolsonaro, que disse anteriormente estar "por aqui" com o executivo.
Em nota, o ministério da Economia informou que encaminhou o nome de Montezano para o Conselho de Administração do banco e agradeceu a Joaquim Levy "pela dedicação demonstrada enquanto presidente do BNDES".
Montezano ocupa atualmente o cargo de secretario especial adjunto no Ministério da Economia, na área de desestatização.
Graduado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e mestre em Finanças pelo Ibmec, Montezano tem 17 anos de carreira no mercado financeiro. Foi sócio do Banco Pactual, tendo atuado como diretor-executivo da área de commodities em Londres e anteriormente como responsável pela área de crédito, resseguros e "project finance".
Iniciou sua carreira como analista de Private Equity no Opportunity no Rio de Janeiro.
Guedes e Bolsonaro mostraram sintonia em relação à saída de Levy do BNDES.
De um lado, o presidente da República esperava mais resultados para a sua promessa de campanha de "abrir a caixa preta” da instituição de fomento.
O presidente do BNDES insistia que não havia nada que não tivesse sido mostrado.
O fator imediato usado por Bolsonaro para criticar Levy no sábado, no entanto, foi a permanência de Marcos Pinto, diretor de mercado de capitais do banco, mesmo depois de o presidente ter pedido que ele fosse demitido por ser um "nome petista".
Pinto fez parte do BNDES como chefe de gabinete durante a gestão do PT, assim como o Levy, que foi ministro da Economia de Dilma Rousseff.
De outro lado, o ministro da Economia acha que Levy devia estar dando mais celeridade ao processo de devolução antecipada de empréstimos do Tesouro Nacional. Levy e Guedes pareciam discordar também em relação ao tamanho que o BNDES devia ter.
Os seis meses da gestão de Levy no banco foram marcados por atritos com o governo e funcionários.