O ministro da Fazenda, Guido Mantega: "mesmo as medidas que são consideradas menos populares são tomadas, por exemplo, em relação às taxas juros quando isso é necessário", disse (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2013 às 13h11.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que o Banco Central poderá elevar a taxa básica de juros, se necessário, para conter a dispersão dos preços e com objetivo de domar as expectativas.
"As medidas que forem necessárias pelo governo, não titubeamos em tomar medidas, inclusive posso dizer que mesmo as medidas que são consideradas menos populares são tomadas, por exemplo, em relação às taxas juros quando isso é necessário", disse Mantega.
O ministro afirmou ainda o calendário político não influencia as decisões de política monetária.
"Se vocês olharem ao longo do tempo, nós elevamos juros em véspera de eleição, por exemplo em 2010 nós elevamos taxa de juros. Portanto, não nos pautamos por calendário político", comentou Mantega durante palestra.
As declarações foram feitas após a divulgação de índices de preços mostrando que a pressão não arrefece.
O Índice Nacional Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,47 por cento em março, estourando o teto da meta em 12 meses ao atingir 6,59 por cento, mas reduzindo o índice de dispersão para 69 por cento, contra 72,3 por cento em fevereiro.
O mercado futuro de juros está precificando elevação de 0,25 ponto percentual da taxa básica Selic já na próxima semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne.
Liquidez
Durante a palestra, Mantega afirmou que o recente estímulo monetário do Japão, que prometeu injetar 1,4 trilhão de dólares na economia nos próximos dois anos, vai gerar sobra de liquidez. Parte dos recursos, segundo o ministro, vai para países emergentes.
De acordo com o banco japonês Nomura, a estimativa é que esse estímulo monetário possa trazer 10 bilhões de dólares ao Brasil. No ano passado, segundo o Nomura, esse fluxo foi ligeiramente negativo.