Economia

Guerras cambiais ficaram mais intensas, diz Mantega

O ministro está participando da reunião dos ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G-20, em Moscou, na Rússia.


	Guido Mantega: "A guerra cambial ser tornou mais explícita agora porque os conflitos comerciais se tornaram mais pronunciados", afirmou o ministro
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Guido Mantega: "A guerra cambial ser tornou mais explícita agora porque os conflitos comerciais se tornaram mais pronunciados", afirmou o ministro (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 10h05.

Moscou - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira que vários países exportadores estão encontrando cada vez mais dificuldades para competir com outros que estão adotando medidas para enfraquecer suas moedas.

"A guerra cambial ser tornou mais explícita agora porque os conflitos comerciais se tornaram mais pronunciados", afirmou Mantega em entrevista à Dow Jones. "Os países estão tentando desvalorizar suas moedas devido à queda do comercial global. Assim, muitos deles estão em uma situação difícil."

Credita-se amplamente à Mantega a autoria da frase "guerras cambiais", quando ele falou em 2010 sobre os problemas enfrentados por países em desenvolvimento porque as moedas de alguns países desenvolvidos foram enfraquecendo como resultado dos níveis sem precedentes de estímulos de política monetária.

Mantega está participando da reunião dos ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G-20, em Moscou, na Rússia. Ele disse que, apesar da importância do debate sobre as chamadas guerras cambiais entre os membros do G-20, o comunicado final da reunião não deverá incluir comentários sobre o assunto.

"Há países que não reconhecem a existência de uma guerra cambial", afirmou. "Eles querem continuar a evitar qualquer referência a isso. O comunicado precisa refletir o consenso de todos os membros do G-20, mas meus funcionários estão trabalhando para incluir os termos mais adequados possíveis.

A rodada de medidas de estímulo mais recente provocou novas acusações de que alguns países podem estar buscando enfraquecer deliberadamente suas moedas e ganhar vantagem ao impulsionar suas exportações às custas das exportações de outros países.


Em um esforço para dar aos países em desenvolvimento uma participação maior nos assuntos econômicos globais, Mantega disse que os Brics, grupo que incluiu Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estão fazendo progresso para estabelecer um banco de desenvolvimento, que poderá entrar em operação em um período de um ano.

Segundo ele, outras instituições financeiras, como o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento da Ásia, baseado em Manila, nas Filipinas, não têm dinheiro suficiente para realizar todos os investimentos necessários para as economias emergentes. "(O banco de desenvolvimento" deverá entrar em operação em um ano a partir de agora", afirmou Mantega.

"Inicialmente, ele envolverá somente membros dos Brics, mas mais tarde ele poderá expandir dinheiro para outros países em envolvimento. Nós estamos discutindo onde a sede do banco será localizada e a configuração de seu capital." Os membros dos Brics se reunirão em março, na África do Sul, e discutirão o estabelecimento do banco de desenvolvimento.

Brasil

Em relação ao Brasil, Mantega disse que a taxa de inflação neste ano deverá ficar abaixo do nível de 5,85% visto em 2012 e que permitir uma apreciação do real para conter os preços não é uma solução.

"A taxa de câmbio não pode ser usada para combater a inflação e o Banco Central não faz isso", acrescentou. Ele disse também que espera que a economia do país crescerá entre 3% e 4% em 2013, ante a expansão de 1% no ano passado. As informações são da Dow Jones.

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