Economia

Guerra comercial entre EUA e China pode afetar demanda por petróleo

Segundo a Agência Internacional de Energia, toda a economia global sofrerá com as imposições de taxas entre os países

Petróleo: as desavenças comerciais entre americanos e chineses são um "risco de baixa" para a projeção (./Getty Images)

Petróleo: as desavenças comerciais entre americanos e chineses são um "risco de baixa" para a projeção (./Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de abril de 2018 às 08h25.

Paris - O robusto apetite global por petróleo pode ser significativamente afetado pela crescente disputa comercial entre EUA e China, alertou a Agência Internacional de Energia (AIE).

Em relatório mensal divulgado hoje, a AIE continua prevendo que a demanda mundial por petróleo crescerá 1,5 milhão de barris por dia (bpd) este ano, mas fez a ressalva de que as desavenças comerciais entre americanos e chineses são um "risco de baixa" para a projeção.

No documento, a AIE avalia que, se EUA e China forem adiante com ameaças de tarifar produtos um do outro, a economia global sofrerá, com "fortes consequências para a demanda por petróleo".

A AIE estima que uma eventual redução de 1% no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial diminuiria o avanço na demanda por petróleo em cerca de 690 mil bpd.

A AIE, entidade com sede em Paris que presta consultoria a governos e empresas sobre tendências no setor de energia, prevê que a demanda mundial por petróleo alcançará 99,3 milhões de bpd em 2018 e ajudará a manter o mercado equilibrado, ao compensar parcialmente a forte expansão na produção de óleo de xisto nos EUA.

Segundo a AIE, a oferta global de petróleo caiu 120 mil bpd em março, a 97,8 milhões de bpd, graças principalmente a esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de dez nações que não pertencem ao grupo - incluindo a Rússia - de restringir sua produção combinada.

Desde o começo de 2017, a Opep e parceiros vêm buscando reduzir sua oferta de petróleo em cerca de 1,8 milhão de bpd, num acordo que ficará em vigor até pelo menos o fim deste ano.

O pacto liderado pela Opep ajudou a impulsionar as cotações do petróleo em mais de 50% no segundo semestre de 2017. Mais recentemente, os preços também foram favorecidos por riscos geopolíticos à oferta, em especial no Oriente Médio, chegando a alcançar os maiores níveis em três anos nesta semana.

A AIE também informou que os estoques comerciais de petróleo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caíram 25,6 milhões de barris em fevereiro, a 2,841 bilhões de barris, o menor patamar desde abril de 2015.

Como resultado, os estoques da OCDE ficaram apenas 30 milhões de barris acima da meta da Opep de atingir a média dos últimos cinco anos. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)Guerras comerciaisPetróleo

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo