Economia

Guerra comercial de Trump tem dias decisivos em conflito com China

ÀS SETE - Até o dia 6 de abril, o representante comercial do presidente dos EUA deve especificar quais artigos de importação da China serão sobretaxados

Trump: o governo dos EUA afirmou que a confirmação da lista deve vir o “quanto antes”, provavelmente antes do prazo final (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: o governo dos EUA afirmou que a confirmação da lista deve vir o “quanto antes”, provavelmente antes do prazo final (Jonathan Ernst/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2018 às 06h36.

Última atualização em 3 de abril de 2018 às 07h11.

O conflito comercial entre Estados Unidos e China deve se intensificar ainda mais nos próximos dias. O representante comercial do país, Robert Lighthizer, tem até o dia 6 de abril para especificar quais artigos de importação da China devem receber sobretaxas.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

Seria uma retaliação à política de transferência de propriedade intelectual da China, que exige que empresas levem conhecimento técnico ao país para poderem acessar o mercado chinês. O governo de Donald Trump afirmou que a confirmação da lista deve vir o “quanto antes”, provavelmente antes do prazo final.

Trump anunciou no dia 22 de março que colocaria taxas de 60 bilhões de dólares sobre produtos chineses. Os chineses rebateram o anúncio ontem, informando que irão sobretaxar cerca de 128 bens de consumo fabricados nos Estados Unidos em até 25%, como vinho, frutas, nozes e carne de porco.

Enquanto a China foca no setor alimentício, Trump deve ir atrás do segmento de alta tecnologia, com impostos sobre setores e produtos de interesse intrínseco do governo chinês, como tecnologia da informação, robótica e farmacêutica, por exemplo — todas são parte do programa “Made in China 2025”, que prevê o fomento à indústria de ponta pelo governo chinês.

O país também está na mira de Trump para sobretaxas no mercado de aço, commodity cuja China é o maior fabricante global.

No dia 26 de março, o ministério do Comércio chinês entrou com um pedido de consulta sobre as tarifas em aço e alumínio, a fim de evitar uma guerra comercial que está escalando entre as duas maiores economias do mundo. Segundo comunicou o ministério nesta segunda-feira, Washington ainda não respondeu ao pedido de consulta.

No mesmo comunicado, os chineses afirmaram que há amplo suporte no governo e na população para medidas mais duras contra os Estados Unidos, caso as ameaças de taxas sejam levadas a cabo, mas que os conflitos comerciais podem ser resolvidos com diálogo.

Os mercados americanos já começaram a sentir os efeitos da troca de farpas entre China e Estados Unidos. Na segunda-feira, o índice Dow Jones fechou em queda de 1,9% e o S&P 500, de 2,23%.

No ano, os índices acumulam quedas de 4,35% e 3,43%, respectivamente. Trump já parou de se vangloriar da disparada do mercado acionário em seu governo. Se não era exatamente o responsável pela alta nas bolsas, ele é o principal culpado por sua baixa recente. 

Acompanhe tudo sobre:Às SeteChinaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Exame HojeGuerras comerciais

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto