Ministro da Economia, Paulo Guedes (Sergio Moraes/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 16h36.
Última atualização em 23 de janeiro de 2019 às 16h54.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que irá zerar o déficit fiscal de 2019. Em entrevista à Bloomberg no Fórum Econômico Mundial de Davos, Guedes afirmou que o governo pretende levantar US$ 20 bilhões só com privatizações neste ano, cerca de R$ 75 bilhões.
A partir daí, a continuidade do equilíbrio do orçamento dependerá da aprovação de outras reformas, segundo o ministro. A previsão atual do governo é de um déficit primário de R$ 139 bilhões em 2019.
A intenção de solucionar o rombo fiscal foi uma das promessas de Guedes durante a campanha eleitoral - que ele se compromete a fazer como ministro. “Mais da metade do déficit será cortada com a reforma da Previdência.”
A prioridade é a reforma da Previdência, inclusive com transição para um sistema de capitalização. “Temos um grande buraco fiscal, temos um sistema obsoleto, sistema antigo já está quebrado, temos de consertar o antigo e criar um novo.”
Guedes também pretende reduzir subsídios futuramente, mas sabe que essa iniciativa demandará mais tempo, já que precisa de aprovação do Congresso Nacional. Hoje os subsídios concedidos pelo governo estão em US$ 100 bilhões. “Se cortarmos 10%, já são US$ 10 bi.”
Se o governo falar de cortar os subsídios agora, perderá apoio político, disse Guedes. “Por que entrar em batalhas menores se temos algumas maiores? E a maior é a Previdência."
Outro objetivo é abrir a economia. “Estou comprometido em privatizar, abrir a economia, estamos 40 anos atrasados nessa agenda liberalizante.”