O economista Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro no Brasil chega a um encontro em Brasília (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 14h50.
Rio de Janeiro - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira que a reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro é o primeiro ataque potente às despesas públicas, afirmando que a expectativa é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada nesta semana seja aprovada ainda no primeiro semestre.
Em discurso na posse da nova presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, no Rio de Janeiro, Guedes afirmou que o governo está otimista quanto à aprovação do texto, estimando que o sistema previdenciário como está estruturado hoje deve registrar um déficit de 370 bilhões de reais neste ano.
"A reforma da Previdência é o primeiro ataque potente no ajuste fiscal porque é a grande rubrica da despesas públicas", afirmou Guedes. "Nosso endividamento está chegando a 4 trilhões de reais e isso é uma ameaça a aposentadorias futuras, Bolsa Família e a todas as políticas públicas de transferência de renda que queremos fazer."
No autógrafo do Orçamento de 2019 pelo Congresso, o déficit geral foi estimado em 305,6 bilhões de reais, composto por um rombo de 218 bilhões de reais do Regime Geral de Previdência Social, além de um resultado negativo em 44,3 bilhões de reais para servidores públicos civis e em 43,2 bilhões de reais para militares.
Guedes voltou a dizer que os presidentes da Câmara e do Senado têm dito que vão dar seu apoio à mudança nas regras para a aposentadoria. E destacou que tem experimentado Brasília "com ventos de otimismo", com Poderes que querem trabalhar juntos.
"Claro que estou otimista para (a reforma ser aprovada) ainda no primeiro semestre", completou ele a jornalistas.
Nesta sexta-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) afirmou que o governo ainda não tem os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, mas há um sentimento na Casa favorável à votação da matéria.
(Por Rodrigo Viga Gaier)