O novo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante solenidade de transmissão de cargo. (Valter Campanato/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 13h23.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2019 às 13h26.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os agentes públicos estão comprometidos com a reforma da Previdência.
Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta noite, Guedes afirmou que se reuniu com parlamentares, prefeitos e governadores, e as sinalizações em relação à proposta enviada hoje (20) ao Congresso são positivas.
"A classe política percebeu que é incontornável a necessidade dessa reforma", afirmou Guedes, destacando que, além do governo federal, as prefeituras e os governos estaduais estão com problemas orçamentários.
"Isso não é mais adiável. Estamos realmente sob ameaça de perdermos as aposentadorias que existem hoje. Essa percepção da classe política é muito encorajadora", ressaltou.
Guedes lembrou que a reforma da Previdência vem sendo adiada há décadas. "Eu acredito que chegou a hora da nova Previdência porque há um amadurecimento muito grande da matéria. Pode haver um detalhe para cá, outro para lá, que serão muito bem-vindos. Nas discussões temos recebido contribuições excelentes", afirmou.
NBR Entrevista Especial com o Ministro da Economia Paulo Guedes https://t.co/f0eGH2xPma
— CanalGov (@canalgov) February 21, 2019
Para o ministro, a proposta do governo está focada na população brasileira. "Naturalmente existem 6,7,8 milhões de privilegiados, que estão sendo atingidos pela reforma, têm mais força corporativa ou tiveram no passado, que dizem que [direitos] estão sendo ameaçados. Na verdade, os privilégios estão sob ameaça", argumentou.
Segundo Guedes, se for aprovado o texto do governo, sem alterações, a economia nos próximos 10 anos será de R$ 1,2 trilhão.
"As primeiras conversas foram extraordinariamente encorajadoras. O Congresso parece bastante maduro em relação à necessidade da nova Previdência", afirmou. "Será uma surpresa muito grande se mexerem muito no projeto."
Guedes afirmou que cada ponto mudado impactará na economia prevista. "Estaremos sacando contra filhos e netos", afirmou. "Passou a fase da demagogia, de dizer que a reforma da Previdência era contra os mais pobre, porque não é verdade: ela remove privilégios, reduz desigualdades e visa garantir não só as aposentadorias existentes hoje, mas o emprego e as aposentadorias das gerações futuras."
O texto do governo, conforme o ministro, estabelece a convergência dos regimes previdenciários existentes no país, partindo de pontos diferentes, mas chegando a um sistema de aposentadoria menos desigual. "Esse é o caminho para colocar o Brasil a crescer e reduzir as desigualdades", afirmou.
Guedes disse que as manifestações dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foram positivas, e ambos se mostraram comprometidos com as reformas necessárias ao crescimento da economia brasileira.
"Estou muito entusiasmado com o funcionamento das nossas instituições porque isso está muito acima de partidos", afirmou.
A expectativa do ministro é que a reforma da Previdência seja aprovada logo no Congresso. "Quanto mais rápido aprovarmos mais rapidamente desaparecem as nuvens negras no horizonte fiscal brasileiro", afirmou Guedes, citando os exemplos de Portugal e Grécia.