Economia

Guedes diz que "Brasil já estava decolando" antes da crise do coronavírus

Em videoconferência com empresários, ministro da Economia defendeu agenda de reformas e redução de impostos para o crescimento da economia brasileira

Paulo Guedes: ministro da Economia defendeu uma agenda de reformas para que a economia brasileira volte a crescer (Adriano Machado/Reuters)

Paulo Guedes: ministro da Economia defendeu uma agenda de reformas para que a economia brasileira volte a crescer (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 5 de abril de 2020 às 10h16.

A retomada da economia brasileira após o impacto provocado pelo coronavírus será por meio da aceleração de reformas estruturantes e da redução de encargos trabalhistas, afirmou neste sábado (4) o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante uma videoconferência com empresários do varejo.

Para Guedes, as reformas necessárias para o desenvolvimento da economia ficaram em um segundo plano devido à emergência de saúde, mas o ministro frisou que elas precisam ser retomadas assim que possível para que o país possa deixar para trás os problemas econômicos decorrentes da pandemia.

"Vamos completar esse ciclo, vamos atravessar essa onda, e voltaremos com as reformas", afirmou Guedes durante a videoconferência, que foi transmitida pela internet.

"Nossa saída, lá na frente, vai passar por redução de impostos, principalmente os mais disfuncionais. A retomada virá por aí, criar emprego tem que ser fácil, barato e estimulante."

O ministro destacou que, antes da pandemia do coronavírus, "o Brasil já estava decolando" e que a continuidade das reformas será necessária para destravar investimentos no país.

"Nos próximos meses, nós vamos estar destravando os investimentos no Brasil... a retomada será com investimentos em saneamento, investimento em cabotagem, infraestrutura, em educação e saúde e, principalmente, geração de emprego derrubando encargos trabalhistas, que são armas de destruição em massa dos empregos", afirmou.

Por agora, o governo federal tem anunciado medidas de injeção de recursos na economia, para combater efeitos no curto prazo.

Na sexta-feira, Guedes disse que os programas para combate ao avírus devem chegar a 1 trilhão de reais nas próximas semanas ou meses, pontuando que o déficit primário já está em 6% do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro voltou a afirmar neste sábado que o governo vai ajudar quem tiver dificuldades, rolando dívida, suplementando salários, duplicando ou triplicando o programa Bolsa Família, mas pediu aos empresários que eles mantenham a economia respirando.

"Vai ter dinheiro para todo mundo, mas vamos manter a economia respirando, não vamos asfixiar a economia, não vamos matar a economia, se não a tragédia será muito pior", afirmou.

Entre as sugestões recebidas pelos representantes do setor de comércio e varejo, Guedes observou que a antecipação de feriados do ano já foi aprovada.

Acompanhe tudo sobre:Coronavíruseconomia-brasileiraPaulo Guedes

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo