Ministro da Economia, Paulo Guedes (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Alessandra Azevedo
Publicado em 12 de novembro de 2020 às 13h05.
Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 14h28.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira, 12, que o governo está disposto a prorrogar o auxílio emergencial, caso chegue uma segunda onda de covid-19 no Brasil, como tem acontecido na Europa e nos Estados Unidos. Nesse caso, a atuação da pasta será a mesma da primeira onda, garantiu o chefe da equipe econômica. Para ele, as medidas adotadas nos últimos meses tiveram bons resultados e podem ser repetidas, se for necessário, apesar de não ser esse o "plano A" do governo.
“Prorrogação do auxílio emergencial, se houver segunda onda, não é possibilidade, é certeza", afirmou Guedes, em evento virtual promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Se as infecções pelo novo coronavírus voltarem a crescer de forma alarmante no país, "o Brasil reagirá como da primeira vez", garantiu. "Vamos decretar estado de calamidade pública e vamos recriar (o auxílio emergencial)”, reforçou. Decretado em março, o estado de calamidade pública acaba em 31 de dezembro deste ano.
No caso de uma segunda onda, no entanto, Guedes acredita que o governo deve gastar menos do que o valor usado para conter os prejuízos com o coronavírus neste ano. "Em vez de 10% do PIB (Produto Interno Bruto), talvez gastemos 4%”, prevê. O governo liberou, desde março, R$ 580 bilhões para gastos com medidas de combate ao novo coronavírus. "Se vier segunda onda, vamos saber reagir de novo, como reagimos da primeira vez. O que não podemos é, por covardia, por politicagem (...), tentarmos continuar gastando muito além da nossa capacidade financeira", disse.
O ministro deixou claro que, ainda que o Executivo esteja preparado para reagir novamente, não é esse o "plano A", já que o governo não conta com uma segunda onda. O ministério pretende terminar o prazo de pagamento do auxílio emergencial, em 31 de dezembro, e voltar o foco da transferência de renda para o Bolsa Família, ou para um eventual substituto futuro, que seria o Renda Brasil, descartado por enquanto. “Politicamente, o programa (Renda Brasil) não foi considerado satisfatório pelo presidente. No meio da eleição, não era hora de ter essa discussão”, disse Guedes.
Durante cinco meses, o auxílio emergencial foi pago em parcelas de R$ 600. O valor foi cortado para R$ 300 até dezembro deste ano. No início das discussões, o governo sugeriu R$ 200, mas o Congresso ampliou o valor. "No fundo, o número saiu um pouco maior do que nós esperávamos. Eu esperava que fosse de R$ 200 para R$ 400, já era o dobro do que estava lá. Mas a decisão política foi de empurrar para cima. Pode ter sido um exagero naquele momento, mas eu não me arrependo", afirmou o ministro.