Guedes (arquivo): após reação de alguns parlamentares, o ministro afirmou que se referia aos funcionários do poder Legislativo, e não aos deputados (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de maio de 2019 às 16h02.
Última atualização em 8 de maio de 2019 às 16h02.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na Comissão Especial da reforma da Previdência que o Legislativo ganha 20 vezes mais do que a média das aposentadorias. "Esta ilustre plateia do Legislativo tem aposentadoria média de R$ 28 mil. Não é razoável que quem legisla legisle em benefício próprio, para ter aposentadoria acima da média" afirmou.
Depois de ver a reação de alguns parlamentares, o ministro afirmou que se referia aos funcionários do poder Legislativo, e não aos deputados. Guedes cobrou ainda protagonismo do Congresso Nacional para assumir a responsabilidade por reformas que tornem as regras mais igualitárias.
"Ninguém ganha menos do que um salário mínimo, e ninguém ganha mais que o teto. Está na mão do Congresso decidir e votar", completou.
Guedes disse ainda que é feita uma mistura entre Previdência e assistência social no atual sistema. "Os mais favorecidos se escondem atrás da assistência social. São os que pagam propagandas contra a reforma, usam a assistência social como um escudo", afirmou.
Guedes disse que a ideia é evitar que os jovens "caiam na mesma armadilha" que a geração atual e citou os 50 milhões de brasileiros na informalidade e o governo transferindo renda de forma "perversa".
"Os senhores terão completo poder de decisão sobre reforma. Faço um apelo, nossa equipe está aqui e vai abrir os números. Estamos fazendo reforma de Estado", acrescentou.
O ministro defendeu a capitalização, que chamou de "poupança garantida" e disse que ela permitirá que o país cresça mais rapidamente. Ele disse que o novo sistema pode ter a garantia de que os beneficiários ganhem um salário mínimo, mesmo para quem não conseguir acumular recursos suficientes.
Segundo o ministro, a capitalização será opcional e não atinge o modelo antigo. "Se aprovar a reforma da Previdência com a potência necessária, coloca-se opção de ir para regime de capitalização. Estamos criando alternativa que não atinge modelo antigo, as próximas gerações poderão optar", completou.
Após a fala de Guedes, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, faz uma apresentação com números sobre o sistema previdenciário - uma das críticas à participação de Guedes na CCJ, no mês passado, foi que não foram apresentados dados. Marinho iniciou sua apresentação mostrando frases a favor de reformar a Previdência e revelou, em seguida, serem dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. "A pauta da reforma da Previdência não pertence a este governo, é do Brasil. Pesquisas mostram que 59% da população concorda com necessidade de reforma", concluiu.