Economia

Guardia: Paralisação preocupa e pode afetar diversos setores da economia

Ministro da Fazenda disse ainda não ter uma estimativa para o impacto do movimento no PIB do país

Eduardo Guardia: "A situação é de extrema gravidade, mas não temos um número ainda para esse impacto" (Wilson Dias/Agência Brasil)

Eduardo Guardia: "A situação é de extrema gravidade, mas não temos um número ainda para esse impacto" (Wilson Dias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2018 às 16h50.

Última atualização em 25 de maio de 2018 às 17h00.

Brasília - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, admitiu nesta sexta-feira, 25, que a paralisação dos caminhoneiros pode ter efeitos relevantes na atividade econômica e na arrecadação de impostos, mas disse ainda não ter uma estimativa para o impacto do movimento no PIB do País.

"Sabemos que a paralisação pode levar a prejuízos na atividade. É preocupante e pode afetar diversos setores da economia. A situação é de extrema gravidade, mas não temos um número ainda para esse impacto", afirmou.

Guardia lembrou que, sem transporte, as empresas não conseguem continuar com suas atividades. Segundo ele, se o movimento persistir, o impacto será relevante.

"Por isso a preocupação do governo e todas as medidas que vem sendo adotadas. O governo federal fez concessões importantes e esperávamos que se pudesse interromper movimento. Temer tomou medidas fortes que o momento exige", avaliou.

Ele disse que a colaboração dos Estados com a redução da base de cálculo do ICMS sobre o diesel não deve prejudicar as finanças dos entes federativos, porque a arrecadação dos governos estaduais já estaria "extremamente inflada" em função do aumento do preço do petróleo.

O ministro reiterou que não foi encaminhada ao Confaz uma proposta de alterar a fórmula de tributação do ICMS do diesel, da atual metodologia por preço para o cálculo sobre o volume. "Vamos discutir o que é prioridade primeiro", respondeu.

Guardia voltou a defender a compensação do Tesouro à Petrobras até o fim do ano para garantir o desconto de 10% no preço do diesel. "Trata-se de uma política pés no chão do ponto de vista fiscal", completou.

O ministro disse ainda que a proposta de zerar o PIS/Cofins sobre o diesel - já aprovada na Câmara - necessita da definição de uma fonte de receitas para compensar a perda de arrecadação com o tributo.

"Vamos apresentar ao Senado as contas para mostrar que a reoneração da folha não é suficiente para compensar a eliminação do PIS/Cofins. Qualquer redução de imposto precisa ser acompanhada de uma compensação", explicou.

Guardia evitou responder quando questionado sobre a manifestação ser um locaute da parte dos empresários do setor. "Deixo essa pergunta para meus colegas da área de segurança", concluiu.

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