EDUARDO GUARDIA: novo ministro da Fazenda afirmou que vai retomar conversas com o Congresso para privatização da Eletrobras / Adriano Machado/Reuters (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de abril de 2018 às 14h26.
Ribeirão Preto - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira, 30, em visita à Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), que o Congresso Nacional "sempre foi parceiro" e aprovou medidas importantes para o governo, "como a regra do teto do gasto, reforma trabalhista e a nova taxa de juros de longo prazo (TLP)". Segundo o ministro, o seu papel é seguir dialogando com o Parlamento, que, segundo ele, saberá dar respostas adequadas às reformas estruturantes necessárias para o País, como a da Previdência.
O afago de Guardia ao Congresso ocorre no momento em que o governo tem dificuldades de tramitar propostas e logo após elogios feitos pelo próprio presidente Michel Temer (MDB) ao Legislativo. Sábado, 28, Temer afirmou, em Uberaba (MG) que "tudo que foi feito (em seu governo) foi em parceria com o Legislativo, que não é um apêndice do governo". Guardia representou Temer na abertura da principal feira do agronegócio da América Latina, encerrada nesta tarde na cidade do interior paulista.
Além de não ir à Agrishow, o presidente cancelou a viagem à Ásia para que votações na Câmara e no Senado não fossem prejudicadas com as necessárias ausências dos presidentes das respectivas Casas, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Eunício Oliveira (MDB-CE). Primeiros na linha sucessória de Temer, ambos são candidatos nas eleições deste ano e também teriam de se ausentar do País com a viagem do presidente.
Segundo Guardia, o governo "continua trabalhando firme" para aprovar projetos importantes no Congresso, entre eles a capitalização da Eletrobras e leilões do pré-sal. "Temos ainda o cadastro positivo e a duplicata eletrônica, que vão ajudar a dar acesso e crédito aos pequenos produtores, pequenas e médias empresas e também reduzir o custo do crédito", citou.
O ministro considerou ainda a reforma da Previdência como prioritária para a redução do déficit estrutural previsto para este ano e para o próximo ano e o equilíbrio fiscal. "O que falta do ponto de vista fiscal, e para reduzir desigualdades, é a reforma da Previdência. É um passo fundamental para consolidar o ajuste fiscal", afirmou, lembrando que por conta da intervenção federal no Rio de Janeiro o projeto não pode avançar no Parlamento.
Guardia repetiu que a crise economia foi superada e o crescimento econômico é retomado em um ambiente de inflação e juros baixos. "Em 2017 a economia voltou a crescer e este ano estamos discutindo se a economia vai crescer 3%, como o governo prevê, ou 2,7%, que é a media da expectativa dos economistas", disse. "A economia volta a crescer, mas o desafio é aumentar o nível de poupança, que é baixo, para poder investir mais e ampliar o nível de investimento agregado", ponderou.
O ministrou citou que reformas consideradas por ele como "fundamentais para estabilidade macroeconômica e ambiente regulatório adequado", aumentarão a produtividade da economia e atrairão investimento privado, sobretudo na infraestrutura.