Frangos: cenário atual tende a beneficiar empresas exportadoras do Brasil, como a BRF e a JBS (Julio Bernardes/VOCÊ S/A)
Reuters
Publicado em 6 de março de 2017 às 14h56.
São Paulo - As exportações brasileiras de carne de frango tiveram crescimento em volume de 3,2 por cento em fevereiro e dispararam 24 por cento em receita, com preços mais altos sendo influenciados por fatores como a oferta mais escassa decorrente de problemas relacionados a gripe aviária em várias parte do mundo.
O Brasil, maior exportador global de carne de frango, exportou 330,2 mil toneladas, ante 319,9 mil toneladas em fevereiro de 2016, considerando embarques todos os produtos (in natura, embutidos, processados), segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Em receita, as exportações renderam 566,2 milhões de dólares, na comparação com 456,5 milhões de dólares no mês mesmo mês do ano passado, afirmou a ABPA.
"Os impactos da influenza aviária no mercado internacional continuam influenciar o cenário das exportações, tanto em volumes embarcados quanto em preço", afirmou o vice-presidente de mercados da ABPA, Ricardo Santin, ao ser questionado pela Reuters.
O cenário atual tende a beneficiar empresas exportadoras do Brasil, como a BRF e a JBS.
Em janeiro, as exportações brasileiras já haviam sido beneficiadas pelos casos de gripe aviária em outros continentes, o que ajuda vendas de produtos de áreas livres da enfermidade, como o Brasil.
Nesta segunda-feira, a Coreia do Sul implementou embargo a alguns produtos avícolas dos Estados Unidos, após a ocorrência de gripe aviária em uma granja do Tennessee com contrato com a gigante de alimentos dos EUA Tyson Foods.
Com as exportações de fevereiro, os embarques de carne de frango do país fecharam o primeiro bimestre em 693,1 mil toneladas, alta de 8,9 por cento ante o resultado do mesmo período de 2016. Em receita, o crescimento chegou a 28,7 por cento, com 1,167 bilhão de dólares, o maior valor dos últimos quatro anos para o período.
"Grandes importadores como Hong Kong, Arábia Saudita, África do Sul e União Europeia incrementaram suas compras em fevereiro, favorecendo os resultados em um mês que, tradicionalmente, tem desempenho inferior devido ao calendário de dias úteis mais curto", disse o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Os embarques de carne suína in natura do Brasil totalizaram em fevereiro 44,1 mil toneladas em fevereiro, informou a ABPA, volume 0,6 por cento superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Apesar da pequena diferença, disse a ABPA, o resultado é o melhor obtido pelo setor nos últimos cinco anos para o mês de fevereiro.
Já em receita cambial, houve crescimento de 32,7 por cento, para 102 milhões de dólares.
No bimestre, a alta acumulada chega a 18,9 por cento em volume e 53,5 por cento em receita, com maiores embarques para a China e outros mercados.
"Houve uma leve retração nas vendas para a Rússia na comparação com fevereiro de 2016, que foi compensada pelos bons níveis de embarques para a China, além da Argentina e outros mercados da América do Sul", disse Santin.