Economia

Greve dos bancários aumentou uso do cheque especial

Durante greve dos bancários, clientes usaram mais o cheque especial, mesmo com alta taxa de juros, disse chefe do Departamento Econômico do Banco Central


	Greve dos bancários: com a greve, os clientes deixaram de fazer depósitos para cobrir a conta e não tiveram acesso a modalidades de crédito com taxas mais baixas
 (Fernando Frazão/ABr)

Greve dos bancários: com a greve, os clientes deixaram de fazer depósitos para cobrir a conta e não tiveram acesso a modalidades de crédito com taxas mais baixas (Fernando Frazão/ABr)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2013 às 13h36.

Brasília – Com a greve dos bancários, os clientes usaram mais o cheque especial, mesmo com taxa de juros mais alta em relação a outras modalidades para pessoas físicas, disse hoje (29) o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. A greve dos bancários começou no dia 19 de setembro e terminou em meados deste mês.

De acordo com Maciel, com a greve, os clientes deixaram de fazer depósitos para cobrir a conta e não tiveram acesso a modalidades de crédito com taxas mais baixas. “O cheque especial, quer seja pela restrição ao acesso para depósito ou por ser crédito prontamente disponível, pode ter crescido nesse período por causa da paralisação”, disse ele.

A taxa de juros do cheque especial subiu 4,4 pontos percentuais de agosto para setembro, chegando a alcançar 143,3% ao ano. O saldo dessa modalidade subiu 4,3%, em setembro, atingindo R$ 22,032 bilhões.

Maciel acrescentou que, no caso de crédito imobiliário, modalidade em que é preciso ter acesso às agências para fechar os contratos, houve redução nas concessões. De agosto para setembro, a queda nas concessões do crédito imobiliário ficou em 9,5%. As concessões desse tipo de crédito totalizaram R$ 10,234 bilhões para pessoas físicas.

No total, as concessões de crédito com recursos livres para pessoas físicas caíram 8,8%, no mês, e ficaram em R$ 18,280 bilhões. O saldo total das operações de crédito (R$ 2,598 bilhões) teve expansão de 0,8%, em setembro. Em agosto o crescimento foi maior: 1,3%.


Segundo Maciel, a valorização da taxa de câmbio também levou a essa moderação no saldo das operações de crédito. Isso porque parte do crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está vinculado à variação da taxa câmbio. “Quando o dólar varia, esse estoque aferido em reais também varia. E esse foi um aspecto que diferenciou este resultado de resultados anteriores”, explicou o diretor do BC.

A moderação no saldo das operações de crédito foi acompanhada por taxas de juros mais caras. A taxa de juros cobrada das famílias subiu 0,7 ponto percentual,de agosto para setembro. No mês passado, a taxa ficou em 37,2% ao ano para o crédito com recursos livres. Para as empresas, houve alta de 0,1 ponto percentual, ao registrar 20,7% ao ano, em setembro.

No crédito com recursos direcionados (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa para as empresas ficou estável em 7,4% ao ano e subiu 0,1 ponto percentual para as famílias (7% ao ano).

Segundo Maciel, o aumento dos juros é consequência das elevações da taxa básica de juros da economia (Selic). Os juros básicos, definidos pelo Banco Central, servem de referência para as demais taxas do mercado. Atualmente, a Selic está em 9,5% ao ano.

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