Greve dos caminhoneiros em maio e a alta do dólar elevaram os custos industriais no segundo trimestre deste ano (Reprodução/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 11h52.
Brasília - A greve dos caminhoneiros em maio e a alta do dólar - e seus reflexos nos preços dos combustíveis - elevaram os custos industriais no segundo trimestre deste ano, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento da entidade mostra que os custos do setor subiram 3,7% de abril a junho, na comparação com o período entre janeiro a março, já descontados os efeitos de calendário.
Embora o índice de custo tributário tenha caído 1,7% nessa comparação e os custos com capital de giro tenham se reduzido 3,8% no período, o indicador que mede os custos com a produção aumentou 5,1% no segundo trimestre do ano. Essa alta foi puxada pelo aumento de 8,5% no custo de energia das fábricas e pela elevação de 6,4% no custo dos bens intermediários usados na produção.
"A desvalorização do real no segundo trimestre de 2018 contribuiu para um aumento de 15,1% no custo com bens intermediários importados. A desvalorização cambial, associada ao aumento no preço internacional de petróleo, elevou o preço do óleo combustível, impactando o custo com energia. Adicionalmente, a escassez resultante da greve dos caminhoneiros gerou crescimento de 4,9% no custo com intermediários domésticos no segundo trimestre", explicou a CNI no documento.
Por outro lado, os preços dos produtos industrializados cresceram 3,8% brasileiros no segundo trimestre do ano, acima da alta de 3,7% nos custos do setor. Mesmo com o acréscimo no preço, os bens produzidos no Brasil se mantiveram competitivos em relação à mercadorias importadas, devido à desvalorização do real frente ao dólar.
"Isso mostra a capacidade de a indústria repassar o aumento de custos do trimestre aos consumidores, preservando a lucratividade no trimestre", acrescentou a CNI.