Bandeira da Grécia e da União Europeia (Luisa Gouliamaki/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2015 às 17h34.
Atenas - O governo da Grécia decretou nesta quarta-feira uma nova prorrogação das restrições bancárias, impostas há dez dias, até o próximo domingo, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido manter sem alterações a quantidade máxima de liquidez de emergência que os bancos gregos podem pedir ao Banco da Grécia.
O decreto-lei, que já foi publicado no Diário Oficial do Estado, entra em vigor a partir da meia-noite, quando vence a prorrogação estipulada há dois dias, e mantém as mesmas restrições até dia 12, coincidindo com a realização da cúpula de líderes europeus sobre a Grécia.
As entidades bancárias e a Bolsa de Atenas permanecerão fechadas, e o limite de saque nos caixas eletrônicos continuará sendo de 60 euros por dia.
Foi mantida a proibição de todas as transações de dinheiro ao exterior com exceção dos pagamentos para as importações de produtos de primeira necessidade.
As transações eletrônicas no interior do país não estão submetidas a nenhuma restrição, assim como o saque em caixas com cartões de bancos estrangeiros.
Os aposentados e os desempregados que não possuem cartões de crédito e débito poderão retirar no máximo 120 euros por semana nas filiais bancárias abertas só para estes casos.
A única novidade do novo decreto é que limita a mil euros o dinheiro que cada pessoa pode levar em viagens ao exterior.
Fontes bancárias citadas pelo jornal "Kathimerini" estimam que a liquidez atual dos bancos é suficiente para cobrir as necessidades diárias de saque, mas destacaram que sem um aumento da liquidez do BCE que possam ter acesso na próxima segunda-feira, o dinheiro nos caixas automáticos pode começar a escassear.
O BCE decidiu hoje manter o teto dos créditos aos bancos gregos em 89 bilhões de euros, apesar de o Banco da Grécia tivesse pedido um aumento desse valor.
O governo grego solicitou hoje formalmente ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) um empréstimo de três anos em troca de começar a aplicar reformas "a partir da próxima semana", em carta de solicitação de resgate.
Na carta, enviada pelo ministro das Finanças grego, Euclides Tsakalotos, a Grécia se comprometeu a apresentar no máximo amanhã uma ampla lista de reformas a serem implementadas nas áreas de "sustentabilidade fiscal, estabilidade financeira e crescimento econômico de longo prazo".
A carta não especificou em detalhes as reformas imediatas sugeridas, mas indicou que afetarão a tributação e a previdência, além de ações adicionais para "reforçar e modernizar a economia".
Texto atualizado às 17h33