Atenas deve ao FMI pagamentos totais de US$ 1,8 bilhão em junho e poderia deixar para pagá-los apenas no fim do mês (unkas_photo/ThinkStock)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2015 às 11h50.
Londres - A Grécia tem a opção de "empacotar" os próximos pagamentos que deve fazer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ganhar mais tempo para negociações com os credores internacionais.
No entanto, a liderança grega não parece estar considerando a opção por não ser vantajosa, dadas as preocupações com os sinais que isso pode enviar, segundo fontes próximas ao governo.
Regras obscuras do FMI permitem que a Grécia reúna os pagamentos de principal em um depósito que o governo poderá pagar posteriormente, sem incorrer em atrasos.
Atenas deve ao FMI pagamentos totais de US$ 1,8 bilhão em junho e poderia deixar para pagá-los apenas no fim do mês. Se quiser aproveitar a opção, empacotar os pagamentos dará ao governo mais tempo para renegociar suas dívidas com os credores internacionais do país.
Empacotar os pagamentos removeria a ameaça de curto prazo que o governo tem tentado usar para ganhar concessões da Europa, afirmou Jacob Kirkegaard, associado do Peterson Institute for International Economics, em Washington.
Segundo Kirkegaard, a Grécia provavelmente poderia fazer os pagamentos ao FMI em junho, mas ficaria sem qualquer reserva restante.
No entanto, prolongar o período de incerteza econômica sem um acordo com os credores também poderia agravar a crise grega e ampliar o valor da ajuda internacional necessária para o país, além de exigir reformas econômicas mais custosas e mais apertos no orçamento. Diante dos potenciais custos, o governo pode preferir não usar essa opção.