Economia

Grécia planeja mais cortes de salários e pensões

A lista inclui um polêmico plano para a demissão de funcionários públicos, algo que colocará a prova a frágil coalizão tripartidária comandada pelo premiê Antonis Samaras


	Grécia: dos quase 12 bilhões de euros envolvidos nos novos cortes, 4,6 bilhões viriam da redução de pensões, 1,39 bilhão da saúde e 1,32 bilhão dos salários do funcionalismo

Grécia: dos quase 12 bilhões de euros envolvidos nos novos cortes, 4,6 bilhões viriam da redução de pensões, 1,39 bilhão da saúde e 1,32 bilhão dos salários do funcionalismo

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2012 às 11h43.

Atenas - A Grécia planeja reduzir ainda mais os gastos públicos, as pensões e os salários do funcionalismo para atingir os 12 bilhões de euros em cortes exigidos por seus credores, segundo um projeto obtido na sexta-feira pela Reuters.

A lista inclui um polêmico plano para a demissão de funcionários públicos, algo que colocará a prova a frágil coalizão tripartidária comandada pelo primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.

Mesmo que os líderes políticos se ponham de acordo quanto às medidas, eles precisarão do aval de inspetores da União Europeia e do FMI, que voltam a Atenas na semana que vem.

Se eles considerarem que as medidas são críveis e verificáveis, deverão redigir um relatório aprovando a continuidade da ajuda da UE e do FMI à Grécia, evitando assim que o país precise declarar moratória e abandonar o euro.

Dos quase 12 bilhões de euros envolvidos nos novos cortes, 4,6 bilhões viriam da redução de pensões, 1,39 bilhão da saúde, 1,32 bilhão dos salários do funcionalismo, e 1,27 bilhão de gastos administrativos.

A lista, obtida por uma fonte da coalizão grega, foi formulada pelo Ministério das Finanças e submetida nesta semana à aprovação dos três líderes partidários. Houve um consenso em termos gerais, mas os dirigentes disseram que algumas medidas precisam ser revistas, para garantir que não haja um impacto desproporcional sobre os mais desfavorecidos.

O partido socialista Pasok e a moderada Esquerda Democrática, sócios minoritários da coalizão, se opõem especialmente às reduções generalizadas de salários e pensões, e também são contra a chamada "reserva trabalhista", pela qual até 40 mil funcionários públicos podem ser demitidos.

Pacotes de austeridade anteriores já causaram indignação e manifestações violentas na Grécia. Por causa da impopularidade das medidas e da deserção de alguns aliados, o governo socialista renunciou no final de 2011, abrindo espaço para dois governos de coalizão que vieram em seguida.

Samaras promete fazer tudo o que for possível para convencer os credores de que será capaz de implementar novos cortes, e em troca ele espera que o país receba um prazo mais favorável para pagar suas dívidas.

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