Economia

Grécia obtém segundo empréstimo da União Europeia e do FMI para evitar calote

O resgate, de 130 bilhões de euros para os próximos dois anos, permitirá ao governo grego pagar 14,5 bilhões de euros em dívidas

Protestos em Atenas: acordo evitaria calote e agravamento da crise (Getty Images)

Protestos em Atenas: acordo evitaria calote e agravamento da crise (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2012 às 10h30.

Brasília – A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovaram na madrugada de hoje (21) novo empréstimo à Grécia, para ajudar o país a evitar o calote dentro de um mês. A ajuda, porém, não resolve os problemas a longo prazo, segundo os analistas. É o segundo empréstimo obtido pelos gregos desde o agravamento da crise econômica internacional. O país vive dias de tensão sob protestos constantes e críticas da população.

"Claro que esse resgate não resolverá o problema da Grécia, mas será uma ajuda imensa durante os próximos meses", disse o diretor executivo do Centro para Estudos de Política Europeia, Karel Lanoo.

O resgate, de 130 bilhões de euros para os próximos dois anos, permitirá ao governo grego pagar 14,5 bilhões de euros em dívidas que vencem em 20 de março. "É impossível saber agora por quanto tempo o país poderá aguentar antes de chegar novamente a um ponto crítico", disse Lanoo.

"Vai depender muito se o governo implementará as medidas de austeridade [combinadas com os credores internacionais] e com que velocidade. A Grécia precisa solucionar problemas acumulados durante anos para recuperar o equilíbrio", observou o analista.

Para o diretor do Centro de Estudos Econômicos Bruegel, com sede em Bruxelas, Jean Pisani-Ferry, a Grécia “levará anos e talvez uma década” para reformar o país e corrigir seus desequilíbrios econômicos.

As autoridades europeias reclamam que a Grécia passou muitos anos gastando mais do que arrecadava e que a situação não mudou com a concessão do primeiro resgate, de 110 bilhões de euros, em maio de 2010.

O plano de austeridade imposto pela União Europeia e o FMI em troca da nova ajuda visa a recortar o gasto público grego em um valor equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, com o objetivo de reduzir a dívida pública dos atuais 160% do PIB para 120,5% em 2020.

Porém, a Comissão Europeia avalia que a conclusão do segundo resgate para a Grécia terá efeitos positivos também sobre os demais países vulneráveis da zona do euro, como Portugal, a Espanha e Itália.

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