Economia

Grécia, "no fio da navalha", tenta acordo sobre plano de socorro

Primeiro-ministro grego se esforça para convencer credores e políticos a assinarem novo pacote de ajuda, estimado em 130 bilhões de euros

Na iminência de um calote, autoridades gregas lutam para referendar pacote de resgate de 130 bilhões de euros (Vladimir Rys/Getty Images)

Na iminência de um calote, autoridades gregas lutam para referendar pacote de resgate de 130 bilhões de euros (Vladimir Rys/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2012 às 17h26.

Atenas - O primeiro-ministro grego se esforçava neste domingo para tentar convencer credores e políticos a referendar um pacote de resgate de 130 bilhões de euros para a Grécia, depois que o seu ministro das Finanças havia dito que restavam horas para se chegar a um acordo e evitar o calote.

Tecnocrata, apontado em novembro, o premiê Lucas Papademos luta para evitar que a Grécia dê um calote, quando grandes vencimentos de títulos de dívida se derem no mês que vem.

O seu ministro das Finanças dissera que Atenas tinha até domingo à noite para chegar a um acordo financeiro com os credores, depois que ministros da zona do euro haviam lhe afirmado que a paciência do bloco estava se esgotando, por conta da relutância de Atenas em aprovar as reformas necessárias.

"Estamos no fio da navalha", afirmou o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, no sábado, depois do que ele chamou de uma reunião "muito difícil" com os seus colegas da zona do euro. "O momento é muito crucial." A primeira missão do premiê Papademos neste domingo era fechar com os credores estrangeiros pelo menos um acordo preliminar sobre as reformas previstas no plano de socorro, depois de dias de negociação não terem resolvido os impasses sobre cortes de salários e de investimentos.

A cada rodada de negociações, autoridades gregas apareciam desanimadas e reclamavam que o Banco Central Europeu, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se recusavam a ceder nas exigências de corte no salário mínimo, nas gratificações de férias e de demitir funcionários públicos.

Uma reunião entre os dois lados terminou neste domingo à tarde sem uma indicação imediata sobre se eles resolveram ou não as pendências.

O  premiê Papademos enfrenta agora uma tarefa ainda mais dura, que é convencer os líderes partidários do seu governo de união nacional a aceitar as reformas exigidas pelos credores. Há eleições nacionais previstas na Grécia para abril.

Conversas com os líderes dos socialistas, dos conservadores e da extrema-direita, da coalizão de governo, ocorrem neste domingo.

"Temos conduzido negociações sobrehumanas. Então, os líderes políticos devem nos ajudar agora", afirmou uma autoridade do governo grego.

As conversas dos partidos na Grécia sobre as reformas continuarão na segunda-feira, disse o líder de extrema-direita George Karatzaferis.

A falta de acordo tem deixado os mercados nervosos. Um calote grego pode levar a economia global de volta à recessão.

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