Economia

Grécia negocia para evitar a quebra e sindicatos fazem greve

Primeiro-ministro Lucas Papademos luta para convencer os partidos de sua coalizão a apoiarem as medidas exigidas pelos credores

Os sindicatos convocaram uma nova greve contra as medidas defendidas pelo governo (Angelos Tzortzinis/AFP)

Os sindicatos convocaram uma nova greve contra as medidas defendidas pelo governo (Angelos Tzortzinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 11h49.

Atenas - O primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, tentará nesta segunda-feira obter o apoio dos partidos do governo para as reformas exigidas pela União Europeia (UE) e pelo FMI para evitar a quebra e a saída do euro do país, às vésperas de uma greve geral contra os novos cortes.

Como já fez no domingo, Papademos se reunirá nesta segunda-feira, em torno do meio-dia (local), com os credores institucionais do país (UE, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), e "mais tarde" com os chefes dos partidos socialista, Giorgos Papandreu, conservador, Antonis Samaras, e de extrema-direita, Giorgos Karatzaferis, disseram seus assessores.

Há meses, o governo grego batalha em duas frentes: por um lado com seus credores privados para eliminar 100 bilhões de euros da dívida pública, e com seus credores públicos (UE, BCE, FMI) para a concessão de um segundo plano de resgate de 130 bilhões.

Estas duas negociações interconectadas têm por objetivo evitar uma rápida quebra da Grécia e rebaixar o nível de seu endividamento para que seja algo mais sustentável.

Para desbloquear o segundo resgate e aprovar o perdão de 100 bilhões de euros de dívida pública em mãos privadas, o trio UE-BCE-FMI exige a Papandreu, Samaras e Karatzaferis que se comprometam de forma explícita a aplicar os ajustes acordados.

Os três dirigentes, no entanto, têm se mostrado reticentes em se comprometer com medidas impopulares, que podem agravar uma recessão que domina o país desde 2008.

Caso não haja acordo, a Grécia pode entrar em default (moratória) no dia 20 de março, data de vencimento de obrigações no valor total de 14,5 bilhões de euros.

Após cinco horas de discussões no domingo com os três dirigentes que apoiam seu governo, Papademos disse que havia um acordo sobre o volume da economia que o Estado teria que fazer (1,5% de PIB), sobre as reformas destinadas a reduzir os custos de produção e sobre um esquema de recapitalização dos bancos gregos.

Segundo a imprensa, devem ser negociados nesta segunda-feira cortes nas pensões, a redução do salário mínimo entre 25 e 30% pedida pela UE e pelo FMI, e pelo número de demissões de funcionários.

A maioria dos jornais do país apostava nesta segunda-feira em um acordo final entre Papademos e os três dirigentes gregos.

Os dois principais sindicatos gregos também pareciam antecipar um acordo, ao convocar uma greve geral para terça-feira contra as novas medidas de austeridade exigidas pela UE e pelo FMI.

Essas medidas são "a crônica de uma morte anunciada (...), o objetivo é derrubar todo o direito de trabalho e reduzir os salários entre 20 e 30%, além dos cortes já efetuados", disse na segunda-feira Iannis Panagopulos, líder do GSEE, central sindical do setor privado.

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