O ministro das Finanças da Grécia, Yannis Sturnaras, informou que o Governo da Grécia e a troika chegaram a um acordo que permitirá aos gregos receber as novas parcelas do resgate financeiro (REUTERS/Giorgos Moutafis)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2013 às 06h36.
Atenas - O Governo da Grécia e a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) chegaram a um acordo que permitirá aos gregos receber as novas parcelas do resgate financeiro, informou o ministro das Finanças, Yannis Sturnaras.
Sturnaras fez o anúncio durante discurso em Atenas em um fórum de debates organizado pela revista "The Economist" sobre o futuro da eurozona.
A troika, em comunicado datado em Bruxelas, também anunciou que sua delegação "concluiu" sua missão de revisão de progressos no programa de reformas da Grécia e "chegou a um acordo com as autoridades do país sobre as políticas econômicas e financeiras necessárias para que o programa se mantenha".
A Grécia espera o desembolso de 2,8 bilhões de euros que ficaram pendentes de pagamento desde março, mais outros 6 bilhões correspondentes ao financiamento do segundo trimestre.
No mesmo fórum, o chefe negociador da troika por parte do FMI, Poul Thomsen, avaliou positivamente "o caminho percorrido pela Grécia em seu ajuste fiscal, que foi excepcional em comparação com qualquer outro país no mundo".
Thomsen reconheceu que até agora o ajuste da Grécia se baseou "demais" em cortes salariais e de pensões, e aumento de impostos, algo que afirmou ter sido "injusto"porque, além disso, não foi acompanhado por uma queda equivalente dos preços.
Por isso, o representante do FMI explicou que no acordo alcançado se considera um "reequilíbrio" do programa que passará a pôr ênfase na reforma do setor público, no aumento da competitividade através da liberalização de setores e uma maior luta contra a evasão fiscal.
O acordo feito esta manhã contempla o corte de 15 mil funcionários públicos até o final de 2014, dos quais 4.000 deixarão o serviço este ano e 11 mil no próximo.
Sturnaras ressaltou que o relevante desta parte do acordo não é a eliminação do serviço público, mas sua reestruturação, com o objetivo de criar um sistema mais eficiente e competitivo.
Quanto aos impostos, o acordo contempla a unificação da polêmica taxa extraordinária à moradia com o resto dos impostos imobiliários, reduzindo o montante resultante em 15%, e além disso oferece facilidades aos pagamentos atrasados com o Estado.
Igualmente foi acordado melhorar a luta contra a evasão fiscal e melhorar os meios de arrecadação dando mais autonomia à Fazenda grega.