Crise grega: as partes conseguiram fechar o último ponto mais polêmico, o das execuções hipotecárias (Yves Herman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2015 às 08h00.
Atenas - O governo grego e os representantes das instituições credoras chegaram nesta madrugada a um acordo sobre os requisitos pendentes para desbloquear uma parte do terceiro resgate e fundos para a recapitalização dos bancos.
Após uma nova e longa negociação, o governo e a denominada tétrade - Comissão Europeia, Mecanismo Europeu de Estabilidade, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - fecharam nesta madrugada a lista de 48 requisitos, cujo cumprimento era necessário para poder obter uma subdivisão de 2 bilhões de euros e de 10 bilhões de euros para bancos.
Está prevista para hoje uma teleconferência do Grupo de Trabalho do Euro, que reúne os "número dois" dos ministros de Finanças e de Economia da zona do euro.
Nesta mesma noite, o acordo será encaminhado ao parlamento para ser votado na próxima quinta-feira.
Após vários dias de debate, as partes conseguiram fechar o último ponto mais polêmico que estavam por resolver, o das execuções hipotecárias.
Finalmente foi definido um modelo que só oferece proteção absoluta do despejo de inquilino aos proprietários de imóveis com renda mais baixa, que constituem em torno de 25% do total de hipotecas com atrasos no pagamento.
Esse grupo, ao qual pertencem pessoas com renda anual bruta de 8.180 euros no caso de solteiros, de 13.917 euros para casados sem filhos e de 20.639 euros para famílias com dois filhos, terão um subsídio para arcar com as obrigações bancárias.
Aos hipotecários com rendas entre 13.906 euros (solteiros) e 35.086 (casados com dois filhos) será aplicado um modelo de pagamento a prazo de cumprimento obrigatório caso queiram evitar a perda do imóvel.
Com o modelo de consenso alcançado será possível proteger 60% das hipotecas do despejo de inquilino. O objetivo inicial do governo era 72%.