Bandeiras da União Europeia e Grécia: país foi o único que não se beneficiou com adesão ao bloco (Oli Scarff/Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 17 de abril de 2014 às 13h24.
São Paulo - Qual país foi mais beneficiado por se juntar à União Europeia?
Para responder a esta questão, um trio de pesquisadores pegou critérios de produtividade e renda per capita para criar versões "alternativas" dos países que passaram pelo processo.
Desta forma, puderam comparar a performance econômica dos países reais pós-UE com a dos seus pares artificiais, que simulam o que teria acontecido sem a adesão ao bloco.
O simulacro da Grécia, por exemplo, é 49% Japão, 28% Austrália, 13% Brasil e 9% Tunísia.
Já a Espanha é 52% Austrália, 20% Argentina, 19% Brasil, 4% México, 2% Coreia do Sul, 1% Japão, 1% Suíça e 0,1% Marrocos.
A Finlândia é uma mistura de 41% Islândia, 31% Canada, 12% Brasil, 11% Tunísia, 4% Suíça, 1% Nova Zelândia, 0.2% Austrália e 0.1% Uruguai.
Resultados
A conclusão do estudo é que, em média, um país da UE tem hoje uma renda per capita 12% maior do que se não estivesse no bloco.
Dinamarca, Irlanda, Reino Unido, Portugal, Polônia, Hungria, Estônia e Latvia foram os mais beneficiados pela adesão. A Grécia é o único país que tem hoje nível de renda menor do que se não tivesse aderido.
A pesquisa foi realizada por Nauro Campos, da Brunel University, Fabrizio Coricelli, da Paris School of Economics, e Luigi Moretti, da Universidade de Padova.
Quantificar os benefícios econômicos da União Europeia é especialmente relevante no momento atual. A ameaça de colapso do bloco parece afastada, pelo menos por enquanto, mas grupos políticos continuam a usar a UE como bode expiatório de questões internas.