Bandeiras da Grécia e da União Europeia rasgadas: nas últimas semanas por várias vezes as autoridades gregas ameaçaram com o default (hynci/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2015 às 11h30.
Atenas - A Grécia pretende cumprir suas obrigações de pagamento da dívida externa, mas precisa de ajuda urgente para ser capaz de fazer isso, disse o governo nesta segunda-feira, depois de vários altos funcionários insistirem em que o país não tem dinheiro para quitar uma parcela do empréstimo que vence na próxima semana.
Excluída dos mercados de títulos e com o pacote de ajuda bloqueado, a Grécia está ficando sem dinheiro para pagar suas contas.
O país tem de quitar quatro empréstimos no total de 1,6 bilhão de euros para o Fundo Monetário Internacional no próximo mês, começando com uma parcela de 300 milhões de euros em 5 de junho, vista como o próximo ponto crucial para os cofres do Estado.
O governo grego tem dinheiro para fazer esta semana os pagamentos mensais de salários e de pensões, disse o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, em entrevista coletiva.
Mas ele foi menos direto quando lhe perguntaram sobre a parcela que vence em 5 de junho, reiterando a posição oficial do governo de que tem a responsabilidade de pagar todas as suas obrigações.
"Com base nos problemas de liquidez que temos, existe uma necessidade imperativa para nós e a zona do euro de um acordo o mais rapidamente possível", disse Sakellaridis.
"Na medida em que somos capazes de pagar as nossas obrigações, vamos pagar nossas obrigações. É responsabilidade do governo estar em posição de pagar todas essas obrigações."
Uma lista crescente de altos membros do governo – entre eles, o ministro do Interior - já disse abertamente que o país não tem os meios para pagar o FMI, e iria priorizar o pagamento dos funcionários públicos e pensionistas.
"Nós não temos dinheiro. Nós não vamos pagar. É simples assim", declarou à TV grega nesta segunda-feira o vice-chanceler Nikos Chountis, que detém a pasta dos assuntos europeus.
Nas últimas semanas por várias vezes as autoridades gregas ameaçaram com o default, argumentando que o país não tem dinheiro.
Sakellaridis negou relatos de que o governo esteja considerando a prorrogação de seu programa de resgate, que expira em junho, ou que a ideia tenha sido proposta ao governo.