O FMI disse ontem que não poderia considerar formalmente um terceiro resgate, enquanto a Grécia não pedisse um empréstimo (Nicholas Kamm/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2015 às 18h55.
Atenas - O governo da Grécia convidou o Fundo Monetário Internacional (FMI) para se juntar às negociações com os credores europeus do país sobre o terceiro pacote de ajuda financeira, no valor de 86 bilhões de euros (US$ 95 bilhões), que a Grécia espera concluir antes do vencimento de uma dívida de 3,2 bilhões de euros com o Banco Central Europeu (BCE) em 20 de agosto.
"Gostaríamos de informar que estamos buscando um novo empréstimo do FMI", escreveu o ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, em uma carta para a diretora do FMI, Christine Lagarde.
A delegação, que irá supervisionar o programa de resgate, formada por membros da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu, do fundo de resgate da zona do euro e do FMI era esperada inicialmente para chegar em Atenas nesta sexta-feira para se reunir com autoridades gregas a partir deste sábado.
No entanto, o cronograma foi atrasado por causa da logística e preocupações do FMI.
O FMI disse ontem que não poderia considerar formalmente um terceiro resgate, enquanto a Grécia não pedisse um empréstimo.
O FMI também disse que a Europa deve assinar um plano de reestruturação da dívida para Atenas - algo que a Alemanha descartou a possibilidade.
Autoridades do governo disseram hoje que a delegação é esperada para chegar em Atenas neste fim de semana e que as conversas devem começar a partir de segunda-feira.
A porta-voz do governo grego, Olga Gerovasili, disse que o acordo final sobre a ajuda financeira será levado ao Parlamento da Grécia para aprovação no dia 18 agosto, dois dias antes do vencimento da dívida com o BCE.
Nos últimos cinco anos, os inspetores internacionais da chamada troika - FMI, Comissão Europeia e BCE - fizeram visitas regulares em Atenas para avaliar o progresso da Grécia na implementação de medidas de austeridade.
Mas, desde que chegou ao poder no final de janeiro, o governo de esquerda tem tentado manter a troika longe da Grécia e deslocar as negociações para Bruxelas.
Os governos da zona do euro, porém, viram isso como um impedimento para as inspeções adequadas e estipularam o retorno da troika para Atenas como uma das condições para as novas negociações para um resgate.