Economia

Governos se armam para possível pandemia de coronavírus

As últimas 24 horas tiveram 3.246 doentes fora da China, um recorde; bolsas na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos voltam a cair

LOJA DE DEPARTAMENTOS EM SEUL:  número de infectados pelo coronavírus fora da China já é maior do que dentro do país / REUTERS/Heo Ran (Heo Ran/Reuters)

LOJA DE DEPARTAMENTOS EM SEUL: número de infectados pelo coronavírus fora da China já é maior do que dentro do país / REUTERS/Heo Ran (Heo Ran/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 06h28.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2020 às 06h50.

O número de infectados pelo coronavírus fora da China já é maior do que dentro do país, mostrando uma inversão na tendência de propagação da doença que tem levado governos mundo afora a se armar.

As últimas 24 horas tiveram 3.246 doentes fora da China, um recorde, enquanto países como Argélia, Dinamarca, Estônia, Paquistão e Romênia tiveram seus primeiros casos confirmados. Na China, por sua vez, o número de novos doentes foi de 433 hoje. O total de infectados chegou a 82.170, com 2.804 mortos.

 

Os Estados Unidos nomearam o vice-presidente, Mike Pence, responsável pelas respostas emergenciais para a crise de saúde. Autoridades de saúde americanas já haviam afirmado na terça-feira que era questão de tempo para a epidemia se espalhar com força pelo país. O país anunciou a primeira possível transmissão interna, confirmando os temores de avanço no contágio.

Esta notícia levou os índices americanos a operar no vermelho após o fechamento do pregão, indicando uma queda de 400 pontos no índice Dow Jones na abertura do pregão desta quinta-feira. As bolsas globais acumulam seis dias de queda, e o Ibovespa teve ontem seu pior dia em quase três anos, com queda de 7%. Nesta quinta-feira, a bolsa de Tóquio caiu 2,1%, e o índices europeus, como o Stoxx Europe 600, abriram em baixa de mais de 2%.

Na Austrália, o primeiro ministro Scott Morrison afirmou que o país, que tem 23 casos confirmados, está se preparando seus hospitais com medicamentos para uma epidemia, além de proteção pessoal para as equipes. A Itália, maior foco de contágio na Europa, confirmou 100 novos casos, levando o total de doentes para 400, com 12 mortes. Um hotel tem Tenerife, na Espanha, segue isolado com 700 hóspedes. No Oriente Médio, o Irã já tem 141 casos, com 22 mortos, enquanto a Arábia Saudita suspendeu a entrada de estrangeiros. No Japão, uma mulher em Osaka foi novamente diagnosticada com a doença após ter se recuperado.

As autoridades de saúde de São Paulo estão monitorando 30 pessoas que almoçaram com o empresário confirmado com coronavírus. Outras 16 pessoas que estavam próximas a ele no avião que veio da Europa seguem sendo monitoradas. Outros 20 casos suspeitos seguem sendo avaliados pelo Brasil, dos quais 12 passageiros vindos da Itália.

O ministério da Saúde recomendou que viagens não urgentes ao exterior sejam adiadas, mas reforçou que não há motivos para pânico. Para os investidores, gestores têm dado a mesma recomendação — sem os mesmos resultados até aqui.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresCoronavírusExame Hoje

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo