Grupo de Lima: Reunião em Bogotá busca ações para solução de crise na Venezuela (Nicolas Galeanoo/Colombian Presidency/Handout/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 15h07.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2019 às 15h37.
São Paulo - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou em discurso nesta segunda-feira em reunião extraordinária do Grupo de Lima em Bogotá que a administração do presidente Donald Trump imporá mais sanções contra o regime de Nicolás Maduro, da Venezuela. O governo americano pressiona pela queda de Maduro e para que seja reconhecido o autointitulado presidente interino, Juan Guaidó.
Pence lembrou que os EUA já impuseram sanções contra ao menos 50 cidadãos venezuelanos e contra a estatal petrolífera PdVSA. Além disso, ressaltou que o governo Trump foi o primeiro a reconhecer Guaidó como "presidente legítimo". Segundo ele, agora é necessário intensificar o isolamento do regime de Maduro, isolando-o. "Todos os países do Grupo de Lima devem congelar ativos da PdVSA", defendeu, pedindo também que essas nações passem os ativos do governo venezuelano para o controle de Guaidó.
O vice de Trump repetiu a ameaça feita pelo presidente de que "todas as opções estão sobre a mesa" para lidar com a crise, embora tenha dito esperar uma transição pacífica. Os militares da Venezuela podem aceitar a oferta de anistia ou serão responsabilizados mais adiante, alertou.
Pence afirmou que os EUA já enviaram US$ 139 milhões em ajuda à Venezuela, por meio de Colômbia e Brasil. Ele criticou os partidários de Maduro por queimarem caminhões com ajuda e por disparos indiscriminados contra civis inocentes. "Maduro está desesperado e busca intimidar população", disse.
O vice-presidente americano comentou que vários países já se comprometeram a lutar contra a lavagem de dinheiro pelo regime venezuelano. Pence afirmou que o governo de Caracas recebe apoio de Cuba, mas garantiu que a força de Maduro diminui a cada dia. Também pediu que México, Uruguai e países do leste do Caribe também reconheçam Guaidó como líder legítimo do país.
Pence se dirigiu também aos militares das Forças Armadas da Venezuela que se mantêm fieis a Maduro. De acordo com o vice-presidente americano, é "chegada a hora" de compreender a legitimidade de Guaidó como presidente interino e aceitar a oferta de anistia. Do contrário, Pence foi claro: as consequências serão graves, e o isolacionismo é certo.
"Vocês podem escolher aceitar a oferta de Guaidó de anistia, mas se vocês escolherem continuar a apoiar Maduro, vocês serão responsabilizados. Vocês não vão encontrar nenhuma saída fácil, nenhuma escapatória", ressaltou o norte-americano.
Pence negou que os Estados Unidos ou Guaidó adotem medidas com caráter de vingança. "O presidente Guaidó não busca a vingança, os Estados Unidos, também não. Se vocês [militares venezuelanos] assumirem a bandeira da democracia, o presidente Guaidó e os governo dos Estados Unidos vão acolher e garantir que serão liberados das sanções impostas."
O vice-presidente anunciou ainda o repasse de US$ 56 milhões a mais para apoiar os países da região no suporte à Venezuela. Pence destacou o papel da população venezuelana, que saiu às ruas pedindo democracia e liberdade. "O povo que ama a liberdade da Venezuela, saiba que vocês não estão sozinhos."
Ele afirmou ainda que o esforço internacional é para assegurar uma transição pacífica na Venezuela. "Chegou a hora", repetiu o vice-presidente, mais de uma vez. "O dia está chegando", afirmou. "O povo verá o renascimento da liberdade. O bom povo da Venezuela."