Economia

Governo tentará avançar pacote fiscal na Câmara ainda nesta semana

Dois projetos de lei já foram enviados ao Congresso

Brasília (DF), 23/05/2023 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília (DF), 23/05/2023 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 06h23.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 06h28.

Tudo sobreReforma tributária
Saiba mais

O governo Lula vai tentar avançar, nesta semana, com as primeiras votações do pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada.

De acordo com o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), o trabalho do governo será para que os projetos de lei (PLs) do pacote já protocolados devem ir a plenário até quarta-feira. A relação dos PLs que serão votados, entretanto, será definida na reunião de líderes desta terça. O governo já apresentou dois projetos de lei.

Um trata de pente-fino no Benefício de Prestação Continuada, no Bolsa Família, mudança na regra do salário mínimo;

Outro aborda gatilhos como a proibição de concessão, a ampliação ou a prorrogação de incentivo, ou benefício de natureza tributária em caso de déficit e permite o bloqueio de emendas parlamentares.

Lira diz que medidas de corte de gastos contarão 'com boa vontade' da Câmara e que IR fica para 2025

O governo ainda irá enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com regras para abono salarial e outras ações e o projeto que trata do Imposto de Renda.

"A orientação do governo é pela votação dos projetos de lei ordinária e complementar nesta semana. Todos os projetos que têm a ver com a sustentabilidade das contas são prioritários neste momento e vamos articular junto ao presidente Arthur Lira (PP-AL) para serem levados a plenário o quanto antes. No que depender do governo, a submissão do salário mínimo ao arcabouço será votada nesta semana", afirma o líder petista.

Ponto polêmico do pacote, a limitação da valorização real do salário mínimo à mesma regra do arcabouço fiscal pode ser votada neste bojo, o que mobiliza a oposição que deve centrar fogo no ministro da Economia, Fernando Haddad.

No ano passado, Lula retomou a regra que reajusta o piso nacional com a inflação do ano anterior e a variação do PIB de dois anos. No próximo ano, esse percentual seria de 2,9%. Com a proposta, ficará limitada a 2,5%. Em 2025, o impacto é de cerca de R$ 3 bilhões. De acordo com Haddad, a medida é fundamental para dar "previsibilidade" às ações de corte de custo.

Com o tema em ebulição, a oposição terá Haddad como alvo prioritário das críticas feitas em plenário. O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), afirma que os bolsonaristas se posicionarão de maneira contrária às medidas anunciadas e ataca o ministro.

"O governo vai querer priorizar isso (o pacote), mas é muito descrédito do Haddad e isso precisa ficar claro, que as propostas que não se sustentam. Vamos votar contra, com certeza. Prioridade deles é alterar o cálculo do salário mínimo", afirmou.

Dívida dos estados em debate

O governo também deve negociar os termos do projeto de lei que cria novas bases para o pagamento das dívidas dos estados. O texto, que já passou pelo Senado, terá o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ) como relator na Câmara e há a expectativa de ser votado nesta semana. O projeto interessa especialmente às bancadas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, que concentram quase 90% dos R$ 765 bilhões de dívidas dos entes federativos do Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCongressoReforma tributáriaFernando HaddadGoverno Lula

Mais de Economia

Subsídios na China fazem vendas de eletrônicos crescer até 400% no ano novo lunar

Conta de luz não deve ter taxa extra em 2025 se previsão de chuvas se confirmar, diz Aneel

Após receber notificação da AGU, TikTok remove vídeo falso de Haddad

Governo pode perder até R$ 106 bi com renegociação de dívida dos estados, estima Tesouro Nacional