Economia

Governo tenta recuperar comércio com Argentina

A estreia da linha de crédito entre os dois países é uma das apostas do governo


	Concessionária de carros: a primeira operação da nova linha deve ser realizada, ainda em abril, por uma montadora de automóveis
 (Marcello Casal Jr./Abr)

Concessionária de carros: a primeira operação da nova linha deve ser realizada, ainda em abril, por uma montadora de automóveis (Marcello Casal Jr./Abr)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 08h22.

Brasília - A estreia da linha de crédito para restabelecer o comércio Brasil-Argentina e a "gestão política" de bastidores para garantir os pagamentos da Venezuela às exportações nacionais são as apostas do governo para recuperar o fluxo comercial com os dois principais parceiros na América Latina.

A primeira operação da nova linha deve ser realizada, ainda em abril, por uma montadora de automóveis, o setor mais interessado na retomada do fluxo comercial bilateral.

No primeiro trimestre do ano, houve sensível piora no comércio com a Argentina. As vendas ao vizinho recuaram 14,4% e as compras, 22,3% na comparação com março de 2013.

Ainda assim, o Brasil teve superávit de US$ 300 milhões em três meses. Nas duas mãos, os produtos mais afetados foram automóveis, autopeças, motores e veículos de carga. A ênfase, por isso, está no automotivo.

A linha garantirá aos importadores argentinos a variação do dólar por um período mínimo de 90 dias, ao prever uma proteção cambial (hedge) do governo local.

Aos exportadores nacionais, o acordo garantirá esse período como um prazo de pagamento. "O mais difícil era a questão cambial. Começamos a equilibrar o jogo", disse uma fonte ao Estado. "Agora, a tendência é de reversão."


Além disso, o bancos centrais dos parceiros negociam um acordo para reforçar o sistema de pagamento em moedas locais, mecanismo que amplia a "folga cambial" à Argentina. "Temos as melhores expectativas. E continuamos negociando em outras frentes", diz a fonte.

Pagamentos

Na convulsionada Venezuela, onde o governo Dilma Rousseff é criticado por inação política, as gestões brasileiras "criaram condições" para uma retomada dos pagamentos, diz a fonte.

"Os dados já começaram a melhorar. Ainda estamos calibrando isso." Nos bastidores, ministros negociaram com os venezuelanos para evitar prejuízos às empresas nacionais pelo corte no fluxo comercial.

Mas o trimestre foi desfavorável ao comércio bilateral. Houve recuo de 5,8% nas exportações daqui para lá. E as importações encolheram 8,5%. O Brasil registrou um superávit de US$ 599 milhões com a Venezuela - em 2013, o saldo havia sido de US$ 618 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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